Pela primeira vez desde que aqui estou, uma saida nocturna teve mais elementos do sexo masculino do que feminino. Foi na sexta, onde uma solitaria Amanda teve de aturar as conversas de macho que passavam entre mim, os dois Brunos e o Josh. Temas tipicos de conversas entre homens como o casamento, manicures, a diferenca entre turquesa e fuscia foram abordados! Somos muito machos!
Depois, cada um de nos foi para seu lado, uma vez que aparentemente so eu e o Bruno e que queriamos prolongar a noite e nao nos mesmos locais. Ele foi ter com a equipa de voleibol (nao sei se a masculina se a feminina, mas penso que ambas) e eu fui ter com a Maria, a portuguesa que encontrei aqui ha pouco tempo, que ao contrario da minha colega de casa tambem portuguesa, a Ana, costuma sair a noite.
Fui ter com ela a casa onde ela estava, numa festa onde ela nao conhecia ninguem, tirando a sua propria colega de casa, com quem tinha ido. Para minha surpresa, eu conhecia 4 ou 5 das pessoas que la estavam, pelo que nao me senti nada penetra! Ehehehe! Bom, a festa consistiu num interminavel baile popular mexicano... Sim, era tao mau como imaginam! Mas a questao e que apesar da musica, a companhia era engracada e apesar de em determinados momentos me sentir tao integrado como um adepto do Estrela a gritar pelo meu clube no meio dos SuperDragoes, gracas ao meu desdem pela musica popular mexicana (pelo menos as coisas "Pimba" que era o que estavamos a ouvir E DANCAR - ja la chego). O pessoal estava todo divertido a dancar em formas que nao me atreveria nunca. E o que e que estava a acontecer? Bom, aparentemente, parte da danca consiste no homem da situacao pegar na senhora, debruca-la sobre o seu braco, segurar com conviccao e CHOCALHAR VIGOROSAMENTE!!!!!!! Nao estou a exagerar, houve momentos em que temi pela seguranca das senhoras, mas elas aparentemente estavam agradadas com todo aquele ritual de chocalhamento, pelo que me eximi de fazer qualquer juizo de valor (afinal o que impressiona realmente as senhoras e serem chocalhadas - acho que vou morrer solteiro). Bom, a noite continua e varias das senhoras em questao dao com a cabeca no chao, sao atiradas contra a parede, batem com a cabeca no joelho de outros bailarinos habilidosos... Eu la consigo fazer ver o meu ponto de vista e na conversa com a unica pessoa naquela festa que NAO sabia falar espanhol, uma canadiana de origem vietnamita, la conseguimos entrar de acordo que podemos dancar os dois SE dancarmos aquilo a que apelidamos "Feminist Free Form" (Feminista, uma vez que o homem nao chocalha a mulher - e nao igualitario porque ela considera, com alguma razao, que as dancas populares ou de salao sao, por defeito e naturalmente, machistas; Free Form, porque realmente nao tentamos demasiado atinar com os passos de forma demasiado estrita). Bom, ainda dei o meu pezinho de danca menos FFF com uma inglesa que falava um portugues de Mocambique cheio de "Eh pa"s, o que me divertiu imenso e acabou por ser uma noite muito divertida. Cheguei a casa pelas 7h45, o que em termos ingleses e MUITO TARDE!
O problema e que tinha de trabalhar no sabado, que para mim comecou quando finalmente acordei pelas 15h30... Ops... Bom, comer qualquer coisa, tomar banho, ler um bocadinho (nao coisas de trabalho), coser meias e butoes (sim, as minhas desculpas para nao trabalhar sao muitas vezes, tremendamente originais) e recebo uma mensagem a convidarem-me para um churrasco as 18h00! Bom... tenho de trabalhar... mas... ah! Que se lixe! Vamos ao churrasco! Fiz muito bem em ir, porque comi bastante bem (apesar do Josh se queixar que aquilo nao era um bom churrasco - mas ele vem da patria dos churrascos, o Texas!). Depois tinhamos todos como missao ir dar os parabens a Shalaine (21, pela decimo ano consecutivo), coisa que fizemos num Pub chamado Heist, que e muito mais engracado do que eu pensava.
Agora uma dica para os jovens inexperientes que querem sair a noite em Inglaterra (como eu, uma vez que "clubbing" nao tem sido muito frequente, uma vez que e caro). Algo tipico de Inglaterra sao as filas. Qualquer coisa tem uma fila, seja para apanhar o autocarro seja para entrar no cinema(!). Mas o facto de que a fila esta embuida na cultura inglesa nao quer dizer que eles seja bons a fazer filas. E mais, apesar da constante presenca do conceito de fila na cultura inglesa, nao quer dizer que nao acabem por ser humanos como todos os outros. O que e que eu quero dizer com isto: eles nao tem qualquer tipo de problema em ultrapassar nas filas MUITO A MA FILA! Como ontem foi a primeira vez que passei 45 minutos numa fila (ja explico), pretendi aproveitar esse tempo para estudar o comportamento social desejavel nessas ocasioes. Claro que mais uma vez nao fiquei bem impressionado. O mais interessante foi quando um sujeito, quando questionada a sua legitimidade em entrar sem ter de passar pelo penoso processo de espera (one in, one out!), comeca sem mais nem menos a insultar um outro sujeito que nao lhe tinha dito nada com a expressao "Hairy Liverpool Lover" (o fulano tinha um cabelo comprido tipico ingles, mas que agora nao estou a ver bem como descrever). Enfim, uma quantidade enorme de mais razoes para eu nao gostar dos ingleses quando saio a noite. Acabei por ter eu tambem de fazer ver ao senhor que apesar de nao achar que ele fosse de Liverpool, nao me podia (tambem ele) passar a minha frente na fila - sim, porque depois de 45 minutos na fila, e de ter percebido tarde demais para poder ter feito o que quer que fosse que fui passado por pelo menos uns 2 ou 3 sujeitos entroncados e com relativo mau aspecto, ja estava a ficar farto de estar na fila. Mas posso e dizer que valeu a pena porque la dentro, estava uma das noites de musica dancavel mais fantasticas que ja tive a oportunidade de conhecer. Citando o Josh, "90% destas musicas nao tem mais do que 3 ou 4 semanas", ou seja, e mesmo a vanguarda total da musica de danca! Muito bom!
Claro que a noite acaba as 2h00 e pelas 2h40 ja estava em casa. Hoje trabalhei decentemente!
H.
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