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domingo, maio 22, 2005

O Economista

The Economist e a revista de referencia para os economistas (neo-liberais, ou seja, o mainstream) deste mundo. Eu compro-a regularmente para me irritar, para ter uma ideia do que sao as ideias correntemente aceites no mundo da economia e tambem porque a revista e bem escrita e apesar de eu nao concordar com muitos dos seus pressupostos, acaba por ter noticias do mundo que nao se encontram em muitos lados.
Os tipos que a escrevem sao muito coerentes. Obviamente sao totalmente liberais nas suas concepcoes economicas, mas se isso serve para defenderem "flat taxes" (toda a gente paga 19%, por exemplo, quer ganhe 500 euros por mes, quer ganhe 500000) e o fim de todas as barreiras alfandegarias a nivel mundial, tambem serve para defender emigracao livre para todo o mundo. Claro que estes tipos me irritam, mas tem coisas interessantes. A ultima edicao foi um desses casos. Aqui vai uma versao MEGA Reader's Digest do que se passou a semana passada.
  • Uma critica a posse de armas nucleares por parte do Irao, que eles nao julgam que devam ter o direito de as possuir. Ora o Irao, como nacao soberana que e e que nao se julga como menor ou com menos direitos que os EUA ou RU, etc, ultimamente tem-se lixado muito bem para as pressoes internacionais e tem prosseguido a sua politica de pesquisa sobre o nuclear. Escudando-se na desculpa da sua pesquisa ser apenas para fins de producao de electricidade, nao tem cedido quer a pressoes mais musculadas dos "bullies" americanos quer dos mais "suaves" europeus. Uma derrota tanto para o Bush como para os europeus.
  • Uma apreciacao do regime venezuelano, que para o Economist, como para os americanos, se esta a tornar a pouco e pouco como "Cuba, mas com petroleo". Ora como o presidente Chavez gosta tanto de americanos como eu de uma derrota do Estrela da Amadora, nao surpreende que queira mudar de principais clientes, ou seja, nada de petroleo venezuelano para os States, mas sim para a China. Os americanos ja uma vez tentaram tirar o Chavez do poder. Nao resultou. Sera que vai resultar mais tarde? Entretanto, ao mesmo tempo que louvam as iniciativas sociais do governo Chavez, tambem vao avisando "noutros sitios o preco a longo prazo foi duro de pagar".
  • Uma comparacao interessante sobre o que e ser europeu, nomeadamente membro da Uniao Europeia e o festival da cancao (sim, ESSE festival da cancao). The Eurovision sceptics deve ser um dos nomes mais originais dos ultimos tempos. Eu sou um...
  • Um pequeno artigo sobre o rei do... Butao! Sim, o Butao, esse pais desconhecido. Tao perto e tao longe do Nepal. Neste reino distante, o rei escreve a constituicao, os estrangeiros pagam 200 dolares ao dia para la estar (nada de turismo de pe descalco), e apesar de ser um dos ultimos reinos absolutistas do mundo (o rei esta acima da lei e tem um caracter sobrenatural conferido pela lei - que ele escreve!), tenta evitar o destino caotico do seu vizinho Nepal com medidas mais ou menos democraticas. Aos 49 anos escreveu na constituicao que deve abdicar aos 65. Daqui a 16 anos veremos se vai manter o que acha agora ideal ou se entretanto muda de opiniao. Ja agora, e casado com 4 irmas... O que me leva a pensar nisso... Eu ja conheci algumas familias de meninas interessantes (4 ou mais)... Ha pessoas com sorte... Tambem quero ser Rei do Butao! ;)
  • Por ultimo, um artigo sobre perfumes e o estudo serio sobre as reaccoes a estimulos que estes exercem sobre homens e mulheres heterosexuais e sobre homens homossexuais. As conclusoes sao simples, mas com uma repercussao complicada... Ora vejamos: Homens homossexuais preferem o cheiro de outros homossexuais, enquanto mulheres preferem o cheiro de homens heterosexuais! No entanto, o cheiro de homossexuais nao era apreciado nem por homens nem por mulheres homossexuais! O curioso e que um dos resultados derivados deste estudo, que nao passa, pelo menos por agora, de uma hipotese e que a homossexualidade pode ser explicada por uma exposicao invulgar dos fetos destas pessoas a testosterona ainda no utero da mae! Isto para mim deixa-me com a seguinte pergunta filosofica: Se a homossexualidade fosse porventura uma doenca, sera que haveria a coragem politica ou a disponibilidade social para a curar? Tenho a certeza que esta pergunta faz arrepiar os cabelos de todos os socialmente liberais (que tenho a certeza sao a maioria dos que leem isto).

H.

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