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quinta-feira, dezembro 31, 2009

O último cinema de 2009

Avatar (2009)

O director da programação dos cinemas de umas poucas cidades suiças (apenas me lembro de Friburgo), a propósito de não haver disponibilidade deste filme em 3D em nenhuma destas cidades, afirmou que as inovações técnológicas que Avatar traz são apenas "distrações". Que o cinema não vai ser radicalmente alterado depois deste filme. Eu tendo a discordar. Com as devidas distâncias, esta afirmação para mim equivale a alguém ter dito em 1927: "Som? Com cinema? Para que é que isso serve? O cinema continuará igual depois deste The Jazz Singer".
Julgo que o paralelismo com The Jazz Singer também serve para explicar o seguinte: toda a gente se lembra deste filme por ter sido o primeiro onde se ouviu um actor falar, mas não propriamente pela qualidade intrínseca do filme (eu falo por ouvir dizer, nunca vi The Jazz Singer, mas sei que não é considerado da mesma forma que outros clássicos da época). Passa-se o mesmo em Avatar. Não é "Citizen Kane". Não é "Apocalypse Now". É, como dizia o 20 Minutes (o jornal gratuíto suiço), um filme de índios e cowboys.
Mas a grande razão pela qual eu me estou a estender tanto sobre este filme é concretamente a extraordinária (R)evolução técnica que Avatar traz. Não apenas pela 3D (que para mim foi o grande avanço técnico generalizado do ano), mas também pelo uso de novas tecnologias que permitem a transformação total dos actores por, literalmente, avatares dos mesmos.
Por último apenas sublinho a generalização da mensagem ecológica no mainstream de Hollywood. Não é o primeiro nem será o último filme a incutir esta mensagem no público. Vá lá, a haver propaganda no cinema, que haja deste tipo, não acham?
Nota final: *****
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Das Weisse Band (2009)

O vencedor da Palma de Ouro de Cannes deste ano é o mais recente filme de Michael Haneke, depois de Funny Games U.S., a sua incursão por Hollywood.
Conta a história de uma onda de crimes que ocorrem numa aldeia do norte da Alemanha imediatamente antes do início da primeira guerra mundial. Quem está por trás de tais crimes? E quais as consequências desses crimes?
O filme dá uma ideia da sociedade opressora do início do século XX na Alemanha, o que poderá ajudar a explicar alguma da mentalidade que afectou este país durante todo o século passado.
Sem dúvida um filme a não perder. Nota Final: ****
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Sin Nombre (2009)

Já costuma ser costume filmes ultra-violentos aparecerem do lado sul da fronteira. Talvez seja revelador da realidade ultra-violenta do México, mas talvez também seja um pouco de capitalizar os medos dos civilizados americanos.
Sin Nombre conta a história de uma emigrante Salvadorenha que tem de atravessar o México para chegar aos Estados Unidos, onde o seu pai mora e para onde a quer levar.
Pelo caminho cruza-se com os elementos de um gang "de implantação nacional". Um deles trai o grupo e por causa disso, passa a ser procurado pelos seus ex-camaradas. De forma bastante idiota, a menina decide juntar-se a este "cabra marcado para morrer". E o filme trata da viagem deles através do México até à fronteira com os States.
Imaginando que se trata de um retrato fiel, é um filme duríssimo e violento. As interpretações são competentes e se houve algum esforço para a cenografia, está excelente (acho que pura e simplesmente usaram o que estava à mão, o que resultou plenamente).
Nota Final: ***
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2012 (2009)

Um típico disaster movie. Desta vez, tenta ser mais ambicioso do que o normal. Ou seja, não é apenas um edifício, um barco, uma cidade ou uma região... é o planeta todo que vai para o caraças.
De acordo com a história, uns cientistas bem inteligentes descobrem que o núcleo do planeta está a ficar instável e por causa disto, a crosta terrestre se vai separar dele (do núcleo).
A partir daí, todos os governantes da humanidade se unem num único objectivo: salvar os ricos do planeta. Qual é o plano? Fazer umas arcas gigantes onde o pessoal pode esperar que a tempestade passe. Tipo Noé. Uma abordagem bastante típica. Se já resultou antes também resulta agora.
Relativamente ao filme, o costume: argumento descerebrado, efeitos especiais impressionantes, elenco razoável a bom (tendo em conta o material).
Nota final: ***

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