Conversa, futebol, cinema, música, viagens, banda desenhada, culinária e as coisas estranhas que acontecem na minha vida.

terça-feira, fevereiro 28, 2006

L'elisir d'amore

De Donizetti, estrada em 1832 em Milão (a sua terceira exibição fora de Itália foi em Lisboa em 1834).
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Nemorino, um jovem camponês crédulo, está apaixonado por Adina, uma rica proprietária, mas esta prefere o sargento Belcore, um homem com grande confiança nos seus encantos. Dulcamara, um charlatão ambulante que se apresenta como doutor, chega à aldeia oferecendo um elixir fraudulento de fabrico próprio. Ao saber que Nemorino procura uma poção de amor, Dulcamara engana-o com vinho de Bordéus.
Adina aceita a proposta de casamento de Belcore, o que leva Nemorino a comprar mais elixir a Dulcamara. Para pagá-lo, tem de se alistar no regimento de Belcore. Começa então a correr pela aldeira o boato de que Nemorino herdou uma grande fortuna e as raparigas começam a mostrar um grande interesse por ele, despertando assim os ciúmes de Adina. Quando Dulcamara lhe conta que Nemorino se alistou para conseguir o seu amor, Adina tem pena dele, abandona Belcore e acede a casar-se com Nemorino.
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Direcção musical: Maurizio Benini
Adina: Patrizia Ciofi
Nemorino: Antonino Siragusa
Belcore: Marco Vinco
Dulcamara: Ruggero Raimondi
Giannetta: María Rey-Joly
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A ária mais conhecida desta ópera é "Una furtiva lagrima", onde Nemorino se apercebe que Adina sente interesse por ele. No entanto, e atrevo-me a dizê-lo porque estive atento à escala "arrepio na espinha", o grande momento da apresentação que eu vi foi na cena seguinte, onde Adina consegue ter um desempenho que eclipsa por completo este Nemorino. Mas aqui fica "Una furtiva lagrima", de acordo com o libretto. Tudo memorável!
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Una furtiva lagrima
negl'occhi suoi spuntó:
quelle festose giovani
invidiar sembrò:
che più cercando io vo?
Che più cercando io vo?
M'ama, sì m'ama,
lo vedo, lo vedo.
Un solo instanti i palpiti
del suo bel cor sentir!
I miei sospir confondere
per poco a'suoi sospir!
I palpiti, i palpiti sentir!
Confondere i miei
co'suoi sospir.
Cielo, si può morri;
di più non chiedo, non chiedo.
Ah! cielo, si può,
si può morir;
di più non chiedo,
si può morire,
si può morir d'amor.
(regresa Adina)
Eccola.
Oh! qual le accresce beltà
l'amor nascente!
A far l'indifferente si seguiti così,
finchè non viele ella
a spiegarsi.

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segunda-feira, fevereiro 27, 2006

15 minutos de fama - Élian Gonzáles


As figuras que de forma fugaz marcaram um período.
Élian Gonzales emigrou ilegalmente de Cuba com a sua mãe quando tinha apenas cinco anos. A sua mãe, juntamente com mais dez emigrantes ilegais, morreram na travessia. O rapaz foi resgatado por pescadores americanos que o entregaram a um tio-avô residente em Miami.
Quando o seu pai, residente em Cuba pede que este seja entregue à sua custódia, inicia-se uma batalha judicial condicionada pelas relações internacionais "difíceis" entre os Estados Unidos e Cuba. A parte família do "pequeno Élian", como eu me lembro de ele ser chamado nos meios de comunicação portugueses, residente nos EUA tenta que o menino possa ficar no território. O resultado em entregar a criança descamba numa extrema acção de justiça parental com uma equipa de 8 elementos da SWAT (a polícia de choque local) a invadirem a casa e recuperarem a custódia da criança que foi posteriormente devolvida ao pai.
Élian Gonzáles tem agora 13 anos, vive em Cardenas, perto de Varadero onde o seu pai trabalha numa estância turística. Diz-se feliz e considera Fidel Castro "mais do que um amigo, um pai".

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Crítica urgente

Cesária Évora - Cabo Verde - (A diva. Que saudades de Cabo Verde! Tenho de voltar) - ***
Chico e Caetano - Juntos e ao Vivo - (Dois gigantes ao vivo. Bom para quem gosta) - ****
Clap Your Hands Say Yeah - Clap Your Hands Say Yeah - (Rock alternativo, com uns toques de lamentação) - ****
Club Sodade - Cesária Évora Remix - (Uma forma diferente de ver a música de Cesária Évora) - ***

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Cansado...

Ainda não acabou a minha odisseia de visitas e contra-visitas a várias pessoas e locais. E ainda por cima, doente. Tudo começou na 5a feira da outra semana, quando comecei a ficar meio adoentado, mas mesmo assim fui sair à noite. Resultado, na 6a estava mal. Saí cedo do trabalho porque estava complicado de aguentar (é sempre a mesma coisa, quando começo a ficar doente da garganta, os dois ou três primeiros dias são sempre arrasadores). Saio e passo o dia na cama. Sábado também fico a descansar o mais possível, já que no final do dia, alguns amigos de Brighton chegariam.
Lá vou ter com eles, festa, etc... Domingo passo o dia com eles, ainda meio adoentado e durante a noite tenho uma pequena recaída. Ou seja, segunda estou novamente muito mal. Aproveito isso como semi-desculpa para fazer um dia mais curto de trabalho. Na terça despeço-me do Bruno, Bryn, Catherine e Katie e parto para Vigo, onde vou a uma conferência sobre Bio-Diesel.
Alguém tem 40 000 000 de euros que me empreste? Prometo que devolvo em 3 ou 4 anos... Ok, até podem ser só uns 8 000 000... Enfim, se quiserem, digam qualquer coisa. Lá, estive com o Ricardo durante dois dias. E foi bom estar com um amigo português numa cidade diferente. Já agora, Vigo é FEIO como tudo!
5a da semana passada volto a Madrid e depois de algum stress com aviões atrasados, apanho o avião para Brigthon. Por coincidência, o mesmo que a Rocio! Lá chegado, copos, copos, copos e quase toda a gente a ter ido à cerimónia. Pronto, já estou oficialmente graduado, mesmo não tendo usado os chapéus e batinas idiotas que os meus colegas usaram.
Voltei ontem. Directa em cima, ainda meio afectado do aparelho respiratório. Encontro-me com o Bruno e a Joana e os seus casais amigos. Vemos a bola e o Benfica lá ganha com mais um frango do Baía (meu rico Helton...). Casa, dormir e agora trabalho. O Bruno e a Joana ainda cá estão pelo menos mais dois dias! Assim que sair daqui, vou ter com eles. Estas (quase) duas semanas estão a ser longas. Mas boas!

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terça-feira, fevereiro 21, 2006

Barajas - T4

Inauguraram um novo terminal no aeroporto de Madrid. O famoso T4. Este terminal NAO tem acesso por metro. Seria de esperar que quando se sai do metro (perto dos outros 3 terminais), houvesse um sinal ENORME, ou alguns sinais medios, ou muitos sinais pequenos (ou todos estes) a dizer para onde e o terminal 4. Pois bem, saio descontraidamente na paragem do metro de Madrid e... vejo um sinal a dizer T1, outro a dizer T2 e outro a dizer T3. E T4? E O RAIO DA INDICACAO PARA O SITIO QUE ACABOU DE ABRIR E TEM A MAIOR PARTE DO TRAFEGO AEREO DESTE AEROPORTO E QUE NINGUEM AINDA SABE ONDE E PORQUE ACABOU DE ABRIR?!?!?!? Nem um sinalzinho...
Tive de ir perguntar a alguem. "O autocarro para o T4 apanha-se seguindo a direccao do T2...". Dirijo-me para o T2 e SO DEPOIS de comecar a fazer isso e que aparecem os primeiros sinais. E pensamos nos que certas coisas nao acontecem em paises desenvolvidos...

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segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Crítica urgente

Bossucucanova - Uma batida diferente - (Bossanova remisturada com batidas dance modernas) - ***´
Broken Social Scene - You forgot it in People - (dificil de definir, easy listening rockeiro?) - ***
Cake - Prolonging the Magic - (Um dos meus albuns preferidos de quando estava na universidade) - *****
Cat Power - The Greatest - (Urbano-depressivo, DEPRESSIVO) - **

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sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Crítica urgente

Black Rebel Motorcycle Club - Howl - (Rock mais acústico do que esperado, letras interessantes e no geral a gosto) - ****
Blur - Think Thank - (Britpop no seu expoente máximo... mas as vezes repetitivo) - ***
Bloc Party - Silent Alarm - (Um dos albuns do ano 2005?) - *****
Bobby Conn - The Homeland - (Rock experimental-psicadelico-folk-glam???) - ****
Tenho montes de albuns novos que saquei a um colega... eheheh!

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quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Quiénes

"Quem", tem plural em espanhol?!

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Crítica urgente

Arab Strap - The Last Romance - (pop alternativo, melódico, agradável e meio chato) - **
Artic Monkeys - Whatever People Say I am That's What I am Not - (Rock "a abrir", do melhor que ouvi ultimamente) - *****
Belle & Sebastian - Tigermilk - (este e velho, eu sei, mas e "urbano-depressivo de qualidade) - ****
Birdy Nam Nam - Birdy Nam Nam - (Jazz, electrónico e ambiental, fica melhor em fast forward) - **

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Não chove?

Já estou em Madrid há 22 dias e apenas nevou uma noite. NUNCA choveu! Será normal? Estamos em Fevereiro!!!

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quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Critica urgente

1-Uik Project - Strategies and Survival - (música do mundo com influências hip hop em português) - *
Akufen - My Way - (electrónica muito dançável e mexida) - ***
Amadou & Mariam - Dimanche à Bamako - (música do mundo, umas pitadas de Manu Chao pelo meio, agradável) - ***
Anthony Rother - Popkiller - (demasiado electrónica, embora com algumas músicas dignas de nota) - **

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terça-feira, fevereiro 14, 2006

Paginas Amarillas

Uma das categorias de serviços nas páginas amarelas em Espanha é "Atraccion Infantil". Penso que em Portugal isso é crime...

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Good Night, and Good Luck


Este filme é, na minha opinião, uma comparação entre o clima de suspeita e propaganda que se viveu durante os anos 50 com a perseguição cega e intrusiva aos comunistas nos Estados Unidos da América com o clima de suspeita e propaganda que se viveu durante o "reinado" de George W. Bush com a sua "guerra ao terror" e o seu "quem não está connosco, está contra nós".
No entanto, a história baseia-se num programa de televisão apresentado por um reporter, Edward Murrow, que tenta demonstrar que, independentemente dos objectivos a alcançar, nos EUA há valores e direitos individuais que devem ser respeitados. E quando o senador McCarthy com a sua caça às bruxas começa a atropelar as liberdades e direitos individuais daqueles que persegue, este jornalista está lá para denunciar os excessos.
Acaba por fazer pensar também na influência que o poder económico tem sobre a informação, uma vez que as considerações sobre a opinião dos patrocinadores relativamente ao conteúdo dos programas são tomadas em consideração.
Como sabemos, o senador McCarthy teve sucesso até um certo ponto em que alguém se fartou. A mensagem de Edward Murrow, não pró-comunista, mas anti-atropelos à lei e aos direitos individuais foi capaz de passar nos anos 50. A grande questão que este filme pode levantar é se nos dias que correm, mensagens deste tipo, contra a política vigente passarão ou não e se agora será mais fácil e haverá um maior grau de impunidade relativamente a estes atropelos a direitos e liberdades individuais que estão consagrados na constituição americana desde a sua fundação.
À parte da mensagem, o filme tem uma boa estrutura e tem boas interpretações, embora haja algumas coisas menores a apontar, como algumas histórias paralelas que na minha opinião estão a mais ou seriam dispensáveis. Muito bom casting do actor principal David Strathairn (de quem eu não me lembro de lado nenhum). No final, um bom filme de George Clooney (não a sua estreia como eu pensava). Ficamos à espera de mais.
Nota final: ****

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segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Brokeback Mountain


Este filme está cheio de imagens fantásticas dos EUA. Adoro aquele país, tenho de o visitar em breve! A beleza natural é inigualável! Quanto à história, para quem não sabe, é a de dois "cowboys" que são contratados para levar um rebanho para o meio das montanhas durante algumas semanas. O que se passa é que, inesperadamente, ambos "encontram o amor" um no outro. A sua história evolui com o passar dos anos e com o desenvolvimento de cada uma das suas respectivas famílias, já que cada um decidiu casar e ter filhos. Como cada um deles reage à falta da companhia do outro, as suas atitudes perante a sua situação e o desenrolar das suas vidas separadamente são os pontos que a história toca. Um filme a ver, com boas interpretações de Heath Ledger (The Four Feathers, The Brothers Grimm) e Jake Gyllenhaal (Donnie Darko, Jarhead), que não têm medo de "get down and dirty" em algumas cenas e que realmente nos consegue transportar para o meio de uma relação proíbida (impossível?) que não pode deixar ninguém indiferente, especialmente se tivermos em conta o contexto social em que se passa.
Mais uma prova de que Ang Lee é um dos realizadores mais versáteis do cinema actual (Sense and Sensibility; Hulk; Crouching Tiger, Hidden Dragon E este? Caramba!)
Um apontamento para as mulheres LINDAS que o filme tem. Anne Hathaway (The Princess Diaries 1 e 2 - eheheh!); Michelle Williams (Prozac Nation e tenho a certeza que já a vi em mais qualquer coisa); Linda Cardellini (Scooby Doo e uma série que passou na Sic Radical chamada Freaks and Geeks) E... uma nota final para o meu novo amor do cinema: Kate Mara, a filha da persongem de Heath Ledger com 19 anos! Ui...
Nota final: ****

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El Rastro

A feira da ladra cá do sítio que acontece todos os domingos e que é usada pelos nativos como desculpa para copos chama-se "El Rastro" e espalha-se no triangunlo entre Embajadores, Puerta de Toledo e Tirso de Molina. É grande! Surpreendeu-me pela dimensão e diversidade da oferta, com algumas coisas realmente únicas. Mas no geral é uma "feira da ladra". É impossível obter comics que não sejam em espanhol. Maldita (editora) "Norma"...

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sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Regra não escrita da socialização em Espanha

Isto pode parecer um pouco estranho, mas trata-se de um fenómeno curioso que notei já noutras vezes que estive neste país e que agora continuo a confirmar, com menos excepções do que esperava. É simples: as meninas neste país, andam sempre acompanhadas por uma amiga que é parecida com elas em termos de aparência física. Passo a explicar através de exemplos.
Uma rapariga feia (sim, e há-as aqui aos molhos), gorda e com cara de quem saiu de um hospício, há de andar acompanhada por uma rapariga feia, gorda e com cara de quem saiu de um hospício.
Se uma rapariga for... ahem... simpática, vestida como trailer park trash e com brincos de cigana, há de estar acompanhada por uma amiga... simpática, vestida como trailer park trash e há de usar brincos de cigana.
As raparigas giras, que são todas alternativas, vestem-se como hippies, usam rastas no cabelo e piercings nos sítios mais originais, normalmente andam acompanhadas por... raparigas giras, todas alternativas, que se vestem como hippies, que usam rastas no cabelo e piercings num sítio ainda mais original (ou até no mesmo da primeira).
As raparigas bonitas, todas urbanas, jovens profissionais, que se preocupam que a roupa que usam faça algum sentido e com um sentido estético convencional, andam acompanhadas por outra rapariga bonita, urbana, jovem profissional, que se preocupa que a roupa que usa faça sentido e que tenha um sentido estético convencional.
O último exemplo são as super-modelos que abundam (não há suficientes para todos, mas abundam...) por aí, que se vestem para impressionar e para salientar os seus bons atributos e que estão sempre preparadas para uma festa e para conhecer la gente guapa, andam quase sempre com uma amiga que parece uma super-modelo, que se veste para impressionar e para salientar os seus bons atributos que está sempre preparda para uma festa e para conhecer la gente guapa que anda por ai.
O que não se vê por aí é uma rapariga feia com uma rapariga gira ou uma super-modelo com uma rapariga... simpática. É como se houvesse um mecanismo de auto-regulação social em que por questões que me ultrapassam (talvez uma espécie de protecção de ego, ou algo assim) as miúdas andam acompanhadas por um seu equivalente na escala de "boniteza"...
Nunca reparei nisso em Portugal ou em Inglaterra, pelo menos não na escala com que se passa aqui, por isso descrevo isto como um fenómeno específico deste país. O que tem as suas vantagens, porque basta ter uma amiga gira, para se arranjar logo outra!
PS: Curioso também é reparar na estrutura da minha escala de "boniteza": feia, ... simpática (sim, tem de levar as reticências antes), gira, bonita e super-modelo. Hum...

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quinta-feira, fevereiro 09, 2006

E depois das intelectualices...

... copos até às 3 da manhã! ARGH! Chupitos não!!!! Hoje a noite passou demasiado depressa...

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Asas Partidas


Ontem armei-me em intelectual e fui ao cinema outra vez... mas desta vez fui ver um filme inserido num ciclo de cinema israelita contemporâneo. O filme chamava-se Asas Partidas, traduzido. O nome original é "Knafayim Shvurot". É a história de uma família marcada pela tragédia de uma vida normal cheia de infelicidades que podem acontecer a qualquer um. Uma visão realista sobre as relações inter-familiares quando há factores de ruptura que muitas vezes são catalizados por acontecimentos incontroláveis. Cheio de boas interpretações (embora talvez tenha ajudado eu não perceber nada de hebreu), com um elenco muito jovem na sua maioria e com um argumento credível e que conseguiu por uma hora meia pôr-nos no meio dos problemas e crises de uma família que era israelita, mas podia ser portuguesa, alemã, japonesa, brasileira, iraniana... Podia ser em qualquer lado do mundo e isso é uma das coisas brilhantes do filme.
Uma agradável surpresa.
Nota final:****

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quarta-feira, fevereiro 08, 2006

TRAIDOR!!!!


O Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal é um traidor e devia ser, pelo menos, demitido, já que infelizmente não se pode condenar um ministro por incompetência grosseira. As suas afirmações ignóbeis e que eu não esperava de um fulano que já foi Presidente da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas são uma ofensa a tudo o que é conquista em termos de liberdade de expressão nos últimos séculos na Europa. Não há excesso de liberdade de expressão. A liberdade de expressão deve ser absoluta. Se alguém se sente ofendido, tem de saber lidar com isso (ou no caso da sua imagem pessoal ser atingida, recorrer aos orgãos competentes para obter uma compensação). Vir dizer que os cartoons publicados na Dinamarca (país que pertence ao mesmo bloco político de Portugal, que é nosso aliado e que tem sido durante os últimos séculos um exemplo mundial em termos de progresso social, direitos humanos e paz) são ofensivos para um grupo de pessoas no mundo e que por isso "não concorda com a sua publicação" é uma TRAIÇÃO à causa da liberdade de expressão e à democracia!
Mais, revela um servilismo e oportunismo político do MEU PAÍS que não se coaduna com as práticas e com os direitos que estão definidas e garantidos na nossa Constituição. Não se pode defender direitos em casa e depois ir para fora discordar dos mesmos. Isto para mim é um indicador que a posição oficial deste governo favorece a censura e não defende a liberdade de expressão como bem por si mesmo.
E ainda, porque raio é que o Ministro dos Negócios Estrangeiros tem de concordar ou não com o conteúdo de um jornal dinamarquês? Se nem o governo dinamarquês se imiscui nos conteúdos da imprensa do seu país, porque raio deveria o português?
E como explicar a traição que Portugal novamente (já começa a ser hábito) pratica junto dos seus aliados? Quando foi da invasão do Iraque, juntamo-nos aos capachos dos americanos (tal como a Dinamarca) e enfraquecemos a posição comum defendida pela maioria dos países europeus (E PELA ESMAGADORA MAIORIA DAS POPULAÇÕES EUROPEIAS) e defendemos uma guerra ilegal. Agora TRAÍMOS os nossos aliados dinamarqueses quando praticamente legitimamos a violência que tem sido feita sentir contra as representações diplomáticas deste país?
Há falta de sentido de político, estratégico, idealista e de solidariedadé e nas declarações do Ministro dos Negócios Estrangeiros. Estou absoltuamente indignado e ofendido com a posição oficial do governo português na qual não me revejo. O problema é que em países tolerantes como o nosso, os protestos são muito brandos. Se calhar, olhando para a posição do governo português, são legítimas invasões às embaixadas de Portugal, queima de bandeiras, demonstrações de violência, atentados bombistas, assassinatos de membros do governo ou outros que tais.
QUERO O MINISTRO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS DEMITIDO POR TRAIÇÃO AOS IDEIAIS PELOS QUAIS MILHARES DE PORTUGUESES MORRERAM EM 850 ANOS DE NAÇÃO!

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terça-feira, fevereiro 07, 2006

La vida secreta de las palabras


... ou The Secret Life of Words ou A vida secreta das palavras ou La vie secrete des môts, etc, etc, etc...
Ontem foi dia de ir ver o filme que este ano sacou os prémios Goya (os Óscares espanhois) quase todos. Como eu tenho o cinema espanhol em grande consideração, fui com grandes espectativas. Sai-me um filme onde a personagem principal é de um mau feitio imenso e o argumento geral me parece pouco credível. A história passa-se numa plataforma petrolífera (a realizadora confessa que lhe apetecia fazer um filme numa plataforma petrolífera...) onde houve um acidente em que alguém morre e o Tim Robbins fica todo queimado. Ok, a personagem que o Tim Robbins desempenha fica toda queimada... A enfermeira que lhe arranjam trabalha numa fábrica têxtil (sim) e está de férias pela primeira vez em anos quando se oferece para ser enfermeira (sim) e vai para um local onde só há cromos que querem ficar sozinhos (sim) entre os quais dois trabalhadores de plataforma gays (sim), um cozinheiro fantástico (sim), um rapaz da limpeza que não diz praticamente nada durante o filme todo e que eu não percebi porque é que lá estava (sim), um comandante que é ainda mais antipático que a enfermeira (sim) e um oceanógrafo que conta ondas e é todo revolucionário (sim). O filme parece-me plástico e feito para apelar a uma sensibilidade demasiado "artsy" para o meu gosto. O resultado final é que há uma revelação choque sobre a personagem principal (que é previsível) que supostamente muda o nosso entendimento do que se passou.
O filme tem os seus momentos, mas eu detesto filmes feitos "por encomenda" e é isto que este filme me parece. Encomenda-se choque e drama. Não me entendam mal, o filme é bem feito e eu até gostei. Mas não muito.
Nota final: ***

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segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Livros velhos

Antes de vir para Espanha reparei numa coisa que me irritou profundamente: tinha cerca de sete ou oito livros que tinha começado a ler e por uma razão ou outra, nunca tinha terminado. Assim, trouxe uns poucos desses para ler aqui em Espanha, já que sabia que iria fazer commuting e nada melhor que tentar ocupar esse tempo com "cultura", ou uma vã tentativa de transformar tempo desperdiçado (odeio commuting) em tempo vocacionado para algo útil e que eu sei que não faço tanto como devo, como é ler (tudo o que não seja banda desenhada).
O resultado foi que, por exemplo, um livro que tinha começado a ler DUAS vezes, termine-o em dez dias. Assim Falou Zaratustra do Friedrich Nietzsche foi a vítima. O raio do livro consegue ser muito interessante, muito chato, cheio de citações engraçadas, machista, visionário, dar lições de vida úteis, encher chouriços, indiciar loucura por parte do seu autor entre outras coisas. Mas finalmente, depois de duas tentativas falhadas, consegui chegar até ao fim e discernir algo sobre o que foi escrito.
O lindo de constatar, e razão inicial deste post, é que livros velhos têm o seu quê. Este, de tanto ter sido aberto, mudado de sítio, transportado, guardado na prateleira, tinha já as páginas velhas e amarelas por fora e branquinhas por dentro, o que denota já uma certa idade (e qualidade de papel). E depois tinha frases sublinhadas por mim, que por muito que me lembre não faz sentido nenhum que eu as tenha sublinhado... Havia uma sobre uma "vaca Tristeza" e outra sobre a "Fome salteadora"... Garanto-vos não faço ideia onde tinha a cabeça naquela altura.
A próxima vítima também tem uma história engraçada. O livro é o Paradigma Perdido, de Edgar Morin. Pelo que me lembro é uma tentativa de integração da Antropologia com a Biologia, construindo uma "ciência única do Homem" que explique a civilização humana mas dentro de uma perspectiva da sociologia animal e das condicionantes biológias. Agora a história deste livro é interessante. E o que lá vinha dentro.
O livro foi emprestado por um amigo meu que estudava Sociologia no ISCTE e ao mesmo tempo era meu colega de trabalho no restaurante onde eu me financiava na altura. Em troca, emprestei-lhe a "bíblia" do curso de Economia, o livro do Samuelson. Entretanto, ele foi fazer Erasmus e eu deixei a universidade. Perdemos o contacto. Assim, cada um de nós ficou com o livro do outro. Ele ganhou em peso, eu ganhei em conteúdo (eheheh).
Adicionalmente, tinha dois separadores. Um deles era uma fotografia da minha namorada da altura em que tentei ler o livro pela primeira vez. Outro era um flyer da festa de carnaval do Indústria de 1999!!!! Outro livro antigo. E as histórias que os livros têm...
Peguem nos vossos livros antigos, pode ser que tenham surpresas.

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Munich



Fui ver Munich, V.O.S.E. (Version Original Subtitulada en Español). Confesso que não sabia muito bem o que esperar deste filme, mas seja como for, saí satisfeito. Eric Bana num papel bastante mais exigente do que "Bruce Banner" em "Hulk", mas que sai bastante a contento.
O seu papel é de um agente da Mossad a quem é pedido, depois do sequestro e posterior assassinato da equipa olímpica de Israel em 1972, precisamente em Munique, que mate os mentores da operação. O interessante do filme é a evolução da personagem de Bana à medida que vai cumprindo a sua missão, começando por uma obediência inquestionada até ao ponto em que começa a por em causa o sentido, a lógica e mesmo a legitimidade da sua missão. Acrescenta a isto, a sua preocupação com a sua vida após esta missão, pois não será fácil voltar à sua família no mesmo ponto em que a deixou depois de se concretizar algo desta natureza.
Criticado por alguns sectores como anti-semita, penso que o filme consegue um belo equilibrio na demonstração das motivações de cada uma das partes e mais do que isso, transmite uma bela mensagem relativamente ao vazio destas demonstrações de violência quando a personagem de Bana compreende que os seus assassinatos apenas potenciam a substituição dos mesmos por outras personagens ainda mais sinistras e violentas.
Em suma, um bom filme de Steven Spielberg que consegue plenamente contar uma boa história com cenas dinâmicas de acção e demostrando o drama de toda a situação.
Nota final: ****

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sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Diálogo

"Mas as contingências da minha vida pessoal fizeram-me pensar que se calhar o que eu queria nao era o mundo, mas uma coisa mais simples."
"Pois, também acho. A simplicidade é o caminho para a felicidade."

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Match Point


"Evitamos pensar na importância da sorte na nossa vida." Este é o grande mote do filme, muito bom e recomendável de Woody Allen, Match Point. Chris (Jonathan Rhys-Meyers) é o irlandês (desconfio que só porque o Bank of Ireland financiou o filme) ex-jogador mediano de ténis transformado em professor que por sorte conhece um seu aluno (Tom) que simpatiza com ele e o apresenta à família. A partir daqui constroi-se uma história de relações trocadas entre ele, o seu aluno, a irmã (Chloe) e a namorada (Nola) deste (a magnífica e cada vez mais linda - conheci-a quando ela tinha 16 anos em The Man Who Wasn't There, em português "O Barbeiro" - Scarlett Johansson).
A história evolui de um triângulo entre Chris, Tom e Nola para Chris, Nola e Chloe. Aqui é de referir a intensidade da paixão entre Chris e Nola que é algo pouco visto em filmes do Allen. Para além disso, o facto de não se passar em Nova Iorque e o próprio tom sombrio e frio do filme (Chris é das personagens mais estranhas que vi no cinema, capaz de ser frio e quente, mudando de um momento para o outro muito depressa, mas de forma convincente) fazem com que este seja um filme atípico para Allen.
A sorte, como uma bola que bate na rede num jogo de ténis e por momentos pode cair para qualquer lado, decide o destino final das personagens. O final é cínico, na minha opinião, mas este é um grande filme de Woody Allen, que resolveu experimentar outras coisas para além do que normalmente faz, quanto a mim com um resultado eficaz.
Nota final:****

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quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Buy Danish!


Em resposta ao boicote de produtos dinamarqueses nos países islâmicos devido à publicação de cartoons com a imagem de Maomé, aqui fica a minha opinião de total apoio aos dinamarqueses. Os países islâmicos têm todo o direito de boicotar o que quiserem. Os jornais dinamarqueses têm direito de publicar o que quiserem. Não existe só uma religião e uma forma de ver o mundo. A civilização "ocidental", à sua maneira, ultrapassou determinados hábitos de censura e controlo de opinião que nos países islâmicos ainda existe. Lamentamos muito que vos ofenda, mas também há coisas nos vossos países que ofendem a sensibilidade comum dos ocidentais e não é por isso que ameaçamos com violência contra indivíduos que expressam as suas opiniões. É esse tipo de respeito que tem de ser conquistado por algumas franjas da populações islâmicas. Lamento pensar que seja pela maioria.

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É sempre de noite?

Reparei ontem que ainda não estive em casa com a luz do dia! Isto do commuting tem muito que se lhe diga! Saio de casa pelas 8h00, chego pelas 19h00 e está SEMPRE de noite! Ainda não sei como é que o quarto fica sem a luz eléctrica. Hum...

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MEDO!!!!!!



Pobre daquele que precisa da ajuda do Benfica para... "marcar golos"!

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