Bom, estes quartos de final prometem. Das 7 selecções que já ganharam o campeonato do mundo, seis qualificaram-se para o torneio final (a Austrália eliminou o Uruguai no play-off). Dessas seis, SEIS estão nos quartos de final!!
Olhando um pouco para trás...
Em 2002, Brasil, Alemanha e Inglaterra eram os únicos campeões do mundo presentes, juntamente com os EUA e Espanha que têm alguma história na competição, os organizadores Coreia do Sul e os inexperientes Senegal e Turquia. As duas equipas com mais finais aumentaram a sua distância para as outras com a Alemanha a ser derrotada pelo Brasil
Em 1998 na França, 5 destas equipas estavam presentes, se contarmos com a França, organizadora, que até então não tinha ganho o título. As outras eram a Alemanha, a Argentina, o Brasil e a Itália, bem acompanhados pela dupla vice-campeã Holanda, a Dinamarca e a estreante Croácia. A França esmagou o Brasil num jogo que ainda hoje causa azia no outro lado do Atlântico.
Em 1994, apenas 3 campeões do mundo estiveram nos quartos de final. Brasil, Itália e Alemanha partilharam esta fase da competição com Espanha, Holanda, Bulgária, Roménia e Suécia. O Brasil conquistou o torneio nos penalties contra a Itália.
Em 1990, nos quartos de final daquele que foi o pior mundial de sempre, 4 anteriores campeões do mundo jogaram esta fase. Inglaterra, Alemanha, Itália e Argentina estiveram nas meias finais com maior palmarés de sempre, eliminando respectivamente Camarões, Checoslováquia, Irlanda e Jugoslávia. Na final mais monótona de sempre, a Alemanha ganha com um penalty roubado à Argentina.
Em 1986, foram 5. Se bem que a França ainda não contava como tal. As selecções que já tinham sido campeãs eram a Argentina, a Inglaterra, a Alemanha e o Brasil. As restantes 3 eram as regulares Espanha e Bélgica e o organizador México.
Em 1982 não houve quartos de final (nao estou a brincar).
E para trás já é demasiado longe para eu ir ver. O que importa realmente é que estes quartos de final têm quase todas as equipas que já ganharam a competição, o vice-campeão europeu e um estreante.
O Alemanha - Argentina promete ser muito excitante. A equipa organizadora está estranhamente renascida de um período de letargia e maus resultados para se tornar uma das selecções que mais categoriacamente chega aos quartos de final, jogando muito melhor do que há quatro anos onde foi vice-campeã do mundo sem saber muito bem como e com uma ENORME sorte no calendário. A Argentina é a selecção que melhor futebol tem apresentado neste campeonato.
No Inglaterra - Portugal, há um ajuste de contas por fazer. Duas selecções mais conhecidas pelos seus técnicos do que pelos seus jogadores batem-se num duelo que repete o do recente europeu que foi decidido polemicamente nos penalties. A Inglaterra que não tem convencido, mas tem ganho e tem mostrado uma defesa muito consistente defronta Portugal, vindo de uma batalha campal contra a eterna candidata Holanda. Portugal tem sido das formações mais eficientes no mundial. Apenas a espaços mostra o seu potencial, mas tem conseguido temperar as exibições menos conseguidas com uma eficiência notável.
O Itália - Ucrânia, como de costume, favorece os italianos que conseguem por obra sabe-se lá de quê ter as eliminatórias mais fáceis. Vinda de um jogo onde a sorte da arbitragem a favoreceu, contra uma equipa que estava contente por participar e surpreendeu passando aos oitavos, a Itália permanece como a mestre da defesa e do aproveitamento dos erros dos adversários. A Ucrânia, muito conotada (talvez em excesso) com a sua vedeta Shevchenko, é o adversário ideal, uma vez que todos os jogadores italianos o conhecem bem e a selecção é estreante e inexperiente.
Talvez o mais sonante dos quartos de final seja o Brasil - França. O Brasil tem passeado pelos relvados, fruto da sua equipa que, com poucas excepções, tem para cada posição do terreno de jogo o melhor jogador do mundo na dita posição. Desta vez, enfrenta o seu primeiro verdadeiro desafio, a França, que não convencendo na fase de grupos (perdida para a Suiça entretanto eliminada), consegue ir ganhando consistência ao longo do torneio fazendo valer a veterania dos seus jogadores e acabando por eliminar a Espanha que tinha vindo a ser uma das selecções que melhor futebol apresentava.
As minhas previsões sinceras e desapaixonadas para esta fase, são as seguintes:
Alemanha (factor casa decisivo), Portugal (maior consistência da equipa), Itália (mais expeiência e categoria individual e conjunta da equipa) e Brasil (os maiores, ponto final).
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