Violência doméstica em Espanha

Este é um problema gravíssimo neste país. Faz hoje um ano, foi adoptada legislaçao especial para combatê-lo, com tribunais especiais, penas mais duras, entre outros. Desde entao, foram ASSASSINADAS 65 mulheres em disputas domésticas, o que dá um assassinato a cada cinco dias e meio. Pior, desde o início deste ano foram 34, o que dá uma média de um assassinato a cada cinco dias.

EM ESPANHA, A CADA 5 DIAS É ASSASSINADA UMA ESPOSA/COMPANHEIRA PELO SEU ESPOSO/COMPANHEIRO! Isto para mim é chocante e tem de ser combatido a todo o custo. É uma questao de mentalidades, é certo, nao sei os números de Portugal, nao quero fazer disto uma questao de nacionalidades, mas sim alertar para este problema gravíssimo e perguntar quais as causas deste problema.

As mulheres em Espanha (pelo menos as das geraçoes mais novas) sao extremamente independentes e com um grau de liberdade e autonomia bastante grande (tal como desejável). No entanto, se olharmos para as idades das mulheres mortas este ano (e achei chocante no bom sentido que um jornal tenha publicado os nomes, idades e cidades onde viviam todas estas mulheres assassinadas este ano, para que saibamos que nao sao apenas números), houve mulheres de 26, 30 e 33 anos a serem assassinadas (a mais nova tinha 5 anos e era filha de uma outra mulher assassinada). Como é que é possível que tal ainda aconteça? Compreendo que será difícil erradicar os crimes passionais, mas tal frequência está baseada em má educaçao, uma educaçao para a diferença nos direitos das mulheres, para intolerância e para valores (quanto a mim) retrógrados de imposiçao de uma hierárquia na relaçao homem/mulher.

Há que mudar isto em Espanha, mas garantir que cada vez menos isto acontece em Portugal como em todos os outros países do mundo. Nao se justifica que haja pessoas (só vi números para mulheres, mas acredito que bem escondidos, talvez por vergonha, hajam muitos homens) que sofram na vida maus tratos pelo seu parceiro conjugal. Que hajam vidas de sofrimento contínuo causadas pela pessoa que mais responsabilidade tem (para além de nós próprios) em ajudar na procura da felicidade. Que hajam vidas terminadas mais cedo do que deviam ou que concluam desta forma uma existência possivelmente marcada por um sofrimento injusto e muitas vezes calado (impressionou-me que a mulher mais velha assassinada este ano tivesse 88 anos - PARA QUÊ?!). Há que combater prevenindo através de educaçao, vigiando e castigando duramente os infratores, nao esquecendo que muitas das pessoas que se sujeitam a esta violência o fazem por falta de condiçoes de subsistência fora do lar e que muitas vezes estao economicamente dependentes do agressor, e que por isso, há que garantir instrumentos de apoio social que ajudem a que NINGUÉM tenha de submeter a violência doméstica.