Conversa, futebol, cinema, música, viagens, banda desenhada, culinária e as coisas estranhas que acontecem na minha vida.

domingo, abril 23, 2006

A conhecer Madrid - a linha 4 do Metro

A linha 4 de metro começa na estação de Argüelles, na calle Princesa, uma zona bonita e com uma aparência que revela que se vive bem por estes lados. Sigo pela calle de Alberto Aguilera, uma avenida larga, onde há todas as lojas que normalmente encontramos nos centros comerciais bem como cafés e bares de aparência mais requintada. Continuo por uns quantos quarteirões e chegamos à glorieta de Ruiz Rimenez, onde a linha 4 se cruza com a linha 2 e que medeia a calle San Bernardo. Aqui podemos ver as casas com muito mau gosto cheias de trepadeiras de que já falei antes. Aqui a rua começa a chamar-se Carranza e assim é por um quarteirão até que chegamos à glorieta de Bilbao, onde a linha 4 cruza a linha 1.
Continuamos numa zona relativamente nobre da cidade, apesar de à direita (a sul, portanto) estar a zona de tribunal onde à noite temos o sítio mais "Bairro Alto" (é discutível, no entanto) para se sair à noite. A partir da glorieta de Bilbao, se continuamos a seguir para Leste, seguimos pela calle Sagasta. Esta, descai um pouco para Sudeste e a sul está também cheia de bares e actividade nocturna. Trata-se da zona de Chueca, conhecida pela sua vida nocturna de cariz mais alternativo, concretamente, trata-se da zona da cidade onde se concentra de uma forma mais evidente, a vida nocturna gay da cidade.
Chegamos à Plaza de Alonso Martinez, onde a linha 4 se cruza com a linha 5 e a linha 10. Daqui, continuamos para sudeste, pela Calle de Genova. Eu diria que desde que iniciei este passeio, todos os prédios são os que tipicamente me agradam em Madrid. Imponentes, com belas varandas de metal trabalhado, poucas discrepâncias entre o tamanho de um edifício e do que se lhe segue, ou seja tudo isto faz com que seja bastante agradável à vista. Na calle de Genova, encontramos duas "belas" (bem pelo contrário) excepções. Em primeiro lugar, o edifício sede do Partido Popular. Política à parte, um edifício todo em vidro enquadrado pelos que acabei de descrever está absolutamente desenquadrado. É feio! Pouco depois, temos um outro edifício indiscritivelmente feio, com umas janelas viradas a sul e não Sudoeste, como todas as outras daquele lado da rua, que para cúmulo, tem um restaurante chamado "Tony Roma's famous ribs"... Famosas pelo menos pelo indiscrítivel edifício onde se situam, quanto a mim.
Faço um pequeno desvio da linha 4 e visito a Plaza de la Villa de Paris, onde está o Palácio de Justiça e duas estátuas de que vale a pena falar um pouco. A primeira que vejo é a de Fernando VI, rei de Espanha. A segunda é a de Bárbara de Braganza, sua esposa. Bárbara era filha de D. João V, rei de Portugal. Este, depois de três anos casado e sem filhos prometeu que se ergueria um grande convento caso tivesse algum descendente. Assim, em agradecimento ao nascimento de Bárbara, construiu-se o enorme convento de Mafra. Maria Madalena Bárbara Xavier Leonor Teresa Antónia Josefa de Bragança (uff...) foi então casada com Fernando VI de Espanha. Quando a conheceu, o rei ficou de certa forma incomodado, uma vez que Bárbara de Bragança... era feia como tudo! Pois é. Mas como prova de que a beleza não é tudo, a história destes dois fica marcada na monarquia espanhola. Bárbara dedica-se ao seu esposo de forma total, de maneira que este fica absolutamente apaixonado pela princesa portuguesa. Durante toda a sua vida não têm filhos e quando esta finalmente morre em 1758, D. Fernando enloquece. Foi sucedido no trono pelo seu irmão.
Retomo o meu percurso no final da calle de Genova e chego ao Paseo de la Castellana, mais concretamente, à plaza de Colón. Posso-vos garantir que atravessar esta praça... demora! Mas se preferirmos, podemos usar o metro. É bastante grande, tem um centro cultural subterrâneo, um belo jardim enorme (jardines del Descubrimiento) nas costas da imponente estátua de Cristovão Colombo (para os mais distraídos, Colón é Colombo em espanhol) e no topo Leste da praça uns enormes blocos de cimento armado comemorativos do descobrimento da América (ou das Bahamas, Cuba e da Hispaniola - a ilha dividida entre a República Dominicada e do Haiti...) em 1492. Curiosamente, os nomes de TODOS os viajantes nas três embarcações estão presentes nestes blocos comemorativos.
Passo pela estação de Serrano, que está na outra ponta da praça de Colón e seguimos pela calle Goya, entrando assim na zona de Salamanca (chamada assim por causa do Marqués de Salamanca), outra zona de camadas médias/altas da cidade. Passo por aquele que deverá ser o cruzamento mais importante em termos culturais de Madrid. Não pela quantidade de oferta que aqui se encontra, mas sim porque aqui se cruzam as ruas de Goya e Velázquez. Passamos a estação de Velázquez e continuamos na calle Goya até que chegamos à estação com o mesmo nome, onde a linha 2 volta a tocar a linha 4, no cruzamento com a calle de Alcalá.
Viramos bruscamente à esquerda, em direcção a Norte, pela calle del Conde de Peñalver. Não é propriamente uma zona interessante, mas continuamos a perceber o carácter "rico" da linha 4, pois ainda não se viram nenhuns edifícios degradados ou com pior aspecto. Falando em pior aspecto, passamos por uma das igrejas mais feias do universo.Passamos pela estação Lista (pronta? Pronta para quê?) e por Diego de León, cruzamento com a linha 5.
A Conde de Peñalver acaba no cruzamento entre a calle Diego de León e com a Francisco Silvela. Estamos agora a chegar à estação de Avenida de América, onde palavra de honra não me consigo entender com os mapas! Já cá estive antes, nomeadamente a procurar casa e mesmo com o meu "callejero" não me consigo entender com isto tendo mesmo chegado a perder-me por aqui! Cruzo a Avenida de América e sigo mais um pouco pela Francisco Silvela até que chego ao cruzamento com a Principe de Vergara onde tento finalmente sair deste "triangulo das Bermudas" do mapa da Madrid. Daqui subo para Norte e rapidamente volto para Nordeste, seguido agora pela calle Lopez de Hoyos. E aqui sim, acabou-se a zona previlegiada. Estamos finalmente numa zona mais modesta.
Passo pela estação Prosperidad, pela Alfonso XIII e deparo-me com a M30, a circular que normalmente me limita as explorações. Subo por uma rua sem nome em direção a Norte e chego ao parque de Félix Rodriguez de la Fuente que foi um destacado zoólogo no século passado. Entro na avenida de Ramón e Cajal e atravesso a M30. Chego à estação de Av. de la Paz e paro por aqui. Fico a dois quarteirões da casa da minha amiga Vivian, mas não me apetece visitar depois desta caminhada de quase 3 horas. A seguir da estação Arturo Soria, onde vive a Vivian, está a estação que poderá ter inspirado o Manu Chao... "Próxima estación: Esperanza".

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sexta-feira, abril 21, 2006

Pequena mudança de aparência

Digam se gostam ou se preferiam da outra forma. No entanto, há algo de que eu não gosto, mas não consegui perceber como mudar:
Vão ao fim do blog. Porque é que há uma enorme faixa branca e não a continuação da cor da "sidebar"? Alguém me explica como é que eu meto isto com a fantástica cor #356? Agradeço informações e feed-back quanto à legibilidade do blog...

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V for Vendetta


Alan Moore não quis ser associado com este filme devido a razões que compreendo, e até posso concordar, mas devia e merecia. É finalmente um filme que faz sombra à qualidade da obra original em banda desenhada. Depois de From Hell (do qual eu até gostei) e da League of Extraordinary Gentleman, um conceito fantástico inventado por Moore e completamente arruinado no filme, finalmente temos um filme que é um grande filme, tanto em termos de adaptação do argumento original, imagem, acção, enredo e realização. É sem dúvida um filme a ver e apreciar. Desde já fica a nota final: *****
Dito isto, V for Vendetta é a história de "V" (Hugo Weaving), um homem que se mascara de Guy Fawkes (o católico que em 1605 tentou rebentar com o parlamento inglês - falhou) com a missão de recordar ao povo britânico oprimido num futuro próximo por um governo fascista que não é o povo que deve temer os governos, mas sim os governos que devem temer o povo. Assim, V leva a cabo uma série de atentados terroristas e assassinatos que têm tanto de tentativa de revolução como de vingança pessoal pela sua própria história.
No processo, V conhece Evey (Natalie Portman), uma mulher que se vê envolvida com V através de circunstâncias fora do seu controlo, mas que a pouco e pouco se identifica com a mensagem e os métodos de V. No final, conseguirá V mudar a sociedade devolvendo o poder ao povo? Serão necessárias bombas para fazer uma revolução? Serão elas desejáveis?
Na minha opinião, este é um filme que aborda brilhantemente as noções de democracia, liberdade e governo e examina os perigos de nos desculparmos (nós, o povo) da governação e de cedermos ao medo e ao conformismo. Assim, nunca é demais sublinhar que o dedo do grande Alan Moore está aqui e que apesar de tudo merece ser associado a este filme (quer ele queira, quer não, eheheh).
Uma nota final para dizer que este filme é mais necessário do que parece. Inicialmente previsto para sair no 400º aniversário da tentativa de atentado do Guy Fawkes real (5/11/2005), mas devido a terem acontecido atentados reais em Inglaterra poucos meses antes, a sua estreia foi adiada. Na minha opinião erradamente, pois a mensagem do filme é mais premente precisamente quando ocorrem acontecimentos que nos fazem sentir mais tentados a prescindir de algumas liberdades em troca de segurança.
Este passou a ser um dos meus filmes preferidos de sempre. Vão ver já!

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Fui a Portugal

Muito depressa e por pouco tempo. Fui aproveitar a semana santa. Mas tudo isto é mentira. E tudo porque eu este ano não posso sair de Espanha até acabar este estágio. Por isso tudo o que eu vou escrever a seguir é mentira. Ficção.
Assim, apanhei o autocarro de manhã em Mendez Álvaro, a estação de camionetas Sul de Madrid. Demorei 7h30 a chegar a Lisboa, saindo finalmente da camioneta no Parque das Nações. Na 4a fui jantar com a família e depois fui dormir cedo. 5a fui recrutado à última da hora para o aniversário de uma amiga, que curiosamente conheci fazia então praticamente um ano. Conheci-a e a alguns dos seus amigos em férias no ano passado. Em Cabo Verde. Grandes "férias laborais"! Continua a ser um dos meus planos de trabalho preferidos, ehehe! Nessa 5a feira, grande festa, com direito a copos a noite toda (muito divertida) e um chegar a casa estafado e colapso na cama.
Na 6a feira jantei com alguns amigos, não muitos e deu para ir a alguns dos sítios "do costume" de quando estou em Lisboa. Também foi divertido e também foi até às tantas da manhã!
No dia seguinte, desleixei-me e apenas apanhei o comboio que me levava a Xelorico da Beira (com X) para visitar os meus pais pelas 4 da tarde. Assim, ainda tive oportunidade de almoçar com um amigo meu na Portugália do Parque das Nações com quem não tinha tido muito tempo antes.
Estou cerca de 27 horas em Xelorico e parto depois para Madrid no autocarro da noite que demora "apenas" 6h30. Um belo triângulo na península Ibérica! Foi bom. Gosto de Lisboa.
Claro que nada disto se passou realmente, porque eu este ano não posso sair de Espanha!

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terça-feira, abril 11, 2006

Hwal


O Arco deverá ser a tradução para português deste filme de Ki-duk Kim, o realizador de outros "êxitos" como "Ferro 3" ou "Primavera, Verão, Outono, Inverno... e Primavera". Não vi nenhum destes dois .
Este é a história de um velho pedófilo que guarda uma menina só para ele vai para 10 anos... E parece que está à espera que ela se torne maior para consumar o acto (o que não o impede de lhe dar banhinho todos os dias... e arrancar MESES ao calendário para apressar a coisa... pois, pois...). A rapariga não está autorizada a sair do barco onde vive há 10 anos sequestrada, apesar de nem se dar conta. Afinal, se todo o nosso mundo é um barco velho com uns 15 metros durante toda a vida que nos lembramos...
Enfim, um rapaz com quem ela simpatiza que conheceu quando ele lá foi pescar ao barco (aparentemente o meio de subsistência do velhote) tenta retirá-la de lá. O que se passa depois é a reacção do velhote.
Sinceramente, houve pormenores do filme que denotaram que foi feito com pouco cuidado. O "arco" que tanto o velhote como a menina tocam... é perfeitamente perceptível que não é tocado por eles. E das duas, uma, ou se tenta ser perfeccionista ou então estão sujeitos a críticas deste género. Foi desleixado.
O filme quanto a mim é salvo nos últimos minutos por um "twist" surpreendente, mas acaba por não ser uma obra prima. Pontos extra por provavelmente ser difícil filmar tudo em alto mar.
Nota final: **

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segunda-feira, abril 10, 2006

A conhecer Madrid - a linha 3 do Metro (não, ainda não há fotos)

Comecemos pelo final. Eu moro ao longo da linha 3 de metro. A duas estações do final, sendo que o terminal do meu lado está em obras, ou seja, moro na (agora) penúltima estação. Fiz assim a linha 3 completa em duas situações distintas. Primeiro em direcção ao extremo mais longe e só mais tarde o resto que faltava para o outro lado. Mas começo pelo lado mais pequeno, desde minha casa perto da estação Palos de La Frontera até Legazpi. Basicamente, este troço da linha 3 é todo feito na minha rua, o Paseo de Delicias. Assim, saí de casa e desci a minha rua, como faço todos os dias para apanhar o comboio na estação com o mesmo nome. Passo pelos estabelecimentos que vejo todos os dias e que são já familiares, parte da rotina. São apenas dois quarteirões, com um jardim pelo meio. Passo a estação e começo passo agora para a parte desconhecida da rua onde moro.
Nota-se alguma diferença? Será impressão ou será que os prédios começam a parecer mais feios? A impressão torna-se mais forte conforme a luminosidade diminui igualmente. De facto, entramos numa zona, mais perto de Legazpi, onde as casas são diferentes, piores e onde se começa a notar que não há tantos espanhois. Assim, chegando finalmente à estação de Legazpi, estamos já completamente longe do topo do Paseo de las Delícias e os edificios monumentais que daí se vêem, como por exemplo o museu Rainha Sofia. É portanto, o lado mais curto e mais desinteressante da linha 3.
Façamos agora o percurso no sentido inverso, e saio de minha casa e sigo imediatamente pela calle Palos de La Frontera. Por aqui, tudo normal, zona de classe média e sem nada a assinalar. Chego à calle de Embajadores que dá nome à próxima estação de metro da linha e subo para a direita. A calle Embajadores é tão larga como o Paseo de Delícias e cruzam-se mais abaixo, numa
praça por onde passo a caminho de Legazpi. Tenho de subir ainda durante algum tempo e digo subir porque apesar de Madrid ser relativamente plana, quanto mais a sul se está, maior é o declive (e aqui ainda estamos a sul). Chego à Glorieta de Embajadores, em obras, as malditas obras que estão omnipresentes na cidade, fruto da ilusão de organizar os jogos olímpicos de 2012, que ocorrerá em Londres. Parece Lisboa em 1997... mas maior.
Na glorieta de Embajadores, apanho a calle Miguel Servet e entro já na mal afamada zona de Lavapiés. Quando aqui a Madrid, perguntei que zonas são perigosas. Disseram-me que nada é muito perigoso, o que me pareceu estranho, dados os cuidados que tenho quando ando em Lisboa. Reforcei a pergunta e avisaram-me com alguma reticência que as "afueras" (os subúrbios) eram perigosos, mas que no centro da cidade, talvez devido ao carácter demográfico da população apenas a zona de Lavapiés era causa de maiores cuidados. Aparentemente há uns anos era realmente perigosa, mas agora está melhor. No entanto confesso que alguns indivíduos tinham algum aspecto duvidoso. Foi igualmente aqui que vi a única evidência de crime, quando passei mais tarde por uma senhora que chorava enquanto falava com a polícia. No entanto, já passei por aqui várias vezes (inclusivé pelas 3h da manhã) e nada se passou. No entanto a primeira impressão foi muito interessante. A rua Miguel Servet está cheia de pequenos restaurantes de várias nacionalidades, que nos domingos à tarde (após "el Rastro") se enchem de pessoas que bebem copos (segundo um meu companheiro de casa directamente da noite anterior...) e convivem com os seus amigos para aproveitar o fim do fim de semana. Chegando à calle Valência, viro à esquerda, continuando a subir (o declive continua), já muito perto da plaza de Lavapiés. Aqui está a estação de metro seguinte. Agora, na direcção que pretendo tomar, existem 3 ruas que sobem na mesma direcção. Resolvo apanhar a do meio, a calle Olivar.
A diferença não teria sido muita, pois as três vão dar a pontos diferentes da calle de la Madalena, a partir da qual seria fácil seguir caminho em direcção à Puerta del Sol. Entretanto já passei por estas três ruas, tanto de dia como de noite (Lavapiés, como seria de esperar, é um óptimo local para se sair pela noite, beber copos com amigos, comer, ver espectáculos, etc.) e posso dizer que ambas estão cheias de pequenos bares, casas de chá, restaurantes e sítios que visitar com tempo ou sem, para apenas beber um copo. No meu passeio original, chego à calle Atocha e viro à esquerda, alcançando a plaza Jacinto Benavente. Mais uma vez (tal como se passou com a linha 1) passo na calle Carretas cheia de comércio e atinjo Sol.
Daqui, sigo pela calle de Preciados, esta sim, cheia de comércio, bares e animação, de tal forma que lembra uma rua Augusta (de Lisboa) condensada em 350/400 metros. Aqui está por exemplo a tentadora Fnac de 5 ou 6 andares (onde já vi "The death of a chinese bookie", o filme donde tirei o meu "misterioso" endereço de e-mail...). De resto, chegando à plaza de Callao, vemos muitos cinemas (não daqueles que eu frequento, pois aqui é só filmes dobrados) e sentimos que estamos no coração de Madrid, tendo passado há pouco por Sol e tendo ao nosso lado a Gran Via. E é pela Gran Via que descemos (sim, aqui já descemos outra vez, mas explicarei porquê noutra ocasião), passando pelos mesmos edifícios que quando visitei esta cidade pela primeira vez em 1999 fizeram com que eu tivesse imediatamente a impressão de estar numa cidade grandiosa, muito mais cidade grande, no sentido europeu da coisa. Discutia eu há alguns anos com um colega de trabalho holandês que Lisboa não lhe dava a ideia de ser uma cidade grande e de facto observando o centro de Madrid (e claro, o tamanho do resto), percebe-se porque é que ele dizia isso.
No fim da Gran Via, está a plaza de España, com alguns dos edifícios mais altos desta parte de Madrid e com um parque simpático e suficientemente grande para acomodar algumas centenas de pessoas durante os dias de calor, com o seu monumento ao D. Quixote (ah pois é!).
Atravesso o parque e desvio-me do percurso do metro em direcção à calle de Ferraz e não à calle Princesa. Atrás de mim está o Palácio Real e à minha esquerda fica agora um enorme parque com com vista para a Casa de Campo (que é igualmente um enorme parque que limita a Oeste a cidade), e o templo de Debod, um templo egipcio que foi oferecido pelo governo deste país para agradecer os financiamentos espanhois aquando do corte de investimento americano na barragem do Assuão, devido ao envolvimento do Egipto na guerra dos seis dias. "Toma lá dinheiro para uma barragem! Obrigado, aqui tens um templo!" Que raro, como se diz por aqui. Continuo mais um pouco pela Ferraz, que está cheia de edifícios que revelam que estamos numa zona cara da cidade. Mas como tem pouco que se veja, rapidamente tento seguir pela paralela à sua esquerda, o Paseo del Pintor Rosales. Não sei quem é este pintor Rosales, mas o seu paseo tem uma vista muito agradável para a Casa de Campo. Aqui encontra-se o teleférico que liga a cidade a um sítio no meio da Casa de Campo (que ainda não tive oportunidade de conhecer). Acho que se tivesse "bueda guito", era aqui que morava... O paseo del Pintor Rosales extende-se por uma grande distância, até que faz esquina com o Paseo de Moret, paralela à pequena, mas muito agradável calle de Lisboa).
O paseo de Moret está cheio de árvores imagino que seja muito fresco e agradável de verão, e chega ao final da linha 3, Moncloa (onde imagino que esteja o parlamento), que não conseguir ver. Estamos agora a voltar para trás, ou seja, a seguir a linha 3 do início de volta à plaza de España. Logo no início da calle Pricesa, está o Cuartel General del Ejército del Aire, onde está muito visível um agradecimento na fachada do edifício... ao General Franco! Esta é uma fas grandes diferenças que se faz sentir entre Portugal e Espanha: é que para o bem e para o mal, os espanhois não tiveram uma revolução que restabelecesse a democracia. Foi uma passagem "controlada", mas que fez com que determinadas coisas que para mim são chocantes aqui se passem com naturalidade. Imaginem o que seria um agradecimento num edifício público ao Presidente do Conselho Salazar? A mim não me faria rir.
Continuando pela calle Princesa, chegamos à estação de Argüelles, de onde parte a linha 4 do metro, a próxima a explorar. Seguimos e passmos pela estação Ventura Rodríguez, que estava fechada quando cheguei a Madrid, mas entretanto já abriu. A partir de aqui, nada de grande interesse até chegar novamente à plaza de España. No número 1 da calle princesa está a sala Heineken (tinha outro nome até há pouco tempo, mas vender nomes de recintos de espectáculos parece que está na moda e dá dinheiro). E aqui estamos novamente na plaza de España. De assinalar que aqui nesta zona estão 4 dos cinemas que eu frequento. Sou habitué da plaza de España!

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Crítica urgente

The Poliphonic Spree - Together We're Heavy - (Urbano-depressivo. Meio sonso. E chato) - *
The Ramones - It's Alive - (Para dar uma ideia do ritmo deste album, a música mais comprida tem 2 mins, 54seg.) - ****
The Strokes - Is this it - (Depois de tanto adiar, finalmente percebi porque é que montes de gente gosta destes tipos) - *****
The Young Gods - XXY - (o "best of" da mais obscura das minhas bandas preferidas) - *****

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Capote


...ou na tradução espanhola, "Truman Capote". Excelente actuação de Philip Seymour Hoffman onde retrata um, quanto a mim detestável, Truman Capote. O filme conta como Capote escreve o seu último livro completo, "A Sangue Frio", partindo de um crime ocorrido no Kansas.
Fazendo-se amigo do chefe de polícia obtém informações e privilégios que são negados a outros repórteres. Insinua-se junto de um dos assassinos e tenta explorar os acontecimentos que levaram àquela fatídica noite em que aconteceu o crime. Tenta demonstrar que existem duas sociedades, uma que vive à margem da lei e outra que coexiste sem se aperceber da primeira.
A sua manipulação de todas as personagens para concretizar os seus intentos começa finalmente a dar mau resultado quando percebe que está demasiado envolvido pessoalmente no resultado final que é a condenação à morte de ambos os crmiminosos.
Capote é um filme onde destaco a capacidade do realizador para transimitir os contrastes entre a vida do escritor e o seu objecto de trabalho. Faz isto através de magníficos planos tanto da paisagem do Kansas como da Nova Iorque adoptiva de Truman. Confesso que a dadas alturas cheguei a ficar um pouco aborrecido com o ritmo do filme, e a minha aversão à personagem (que através da sua fragilidade efeminada e estilo doce obtém aquilo de que precisa e acaba por não revelar quaisquer escrúpulos para o fazer) fizeram com que eu ficasse com uma sensação desagradável relativamente ao filme.
Nota final: ***

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sexta-feira, abril 07, 2006

Crítica urgente

The Chemical Brothers - Push the Button - (Quanto a mim, o melhor album de 2005) - *****
The Cure - (o último album, não sei se se chama "2004" ou não) - (não é um bom album para se ouvir quando se está irritado...) - ****
The Doors - Greatest Hits - (Outros que são universalmente aceites como grandes. Apesar de alguns acharem que eles são OS maiores, quando não são. Uma bela selecção de músicas) - *****
The Futureheads - The Futureheads - (Rock! Gostei! A ouvir outra vez!) - ****

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Lixo ou Luxo?

Lixo: Eu já não gosto muito de piercings... agora piercings dourados? Acho que é como o aluminio nas casas. Por si só já é feio, dourado é anátema!

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quinta-feira, abril 06, 2006

Crítica urgente

Tabanka Djaz - Sintimiento - (Nem sei porque me dei ao trabalho de tentar) - *
Télépopmusik - Genetic World - (Electro-dance do início do século) - ***
The Arcade Fire - Funeral - (O melhor album de 2005, segundo alguns. Uma surpresa muito agradável) - *****
The Avalanches - Since I left You - (Um album de dança que surpreendeu aqui há uns anos) - ****

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terça-feira, abril 04, 2006

TODAS deviam fazer isto

RIYADH (Reuters) - Tired of being second to men in conservative Saudi Arabia, five women decided if you can't beat them, join them.
Al Watan newspaper said the five women have underwent sex change surgeries abroad over the past 12 months after they developed a "psychological complex" due to male domination.
Women in Saudi Arabia, which adopts an austere interpretation of Islam are not allowed to drive or even go to public places unaccompanied by a male relative.
The newspaper quoted a senior cleric as saying the authorities have to fill what he described as a legal vacuum by issuing laws against sex change operations.
An interior ministry official told the Watan such cases are examined by religious authorities, and sometimes by psychologists, but those who undergo sex change are never arrested.

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Crítica urgente

Scissor Sisters - Scissor Sisters - (Uma das bandas mais inovadoras dos últimos anos. Plásticos na forma como conjugam as suas diversas influências) - *****
Sétima Legião - A História da Sétima Legião - (Uma das bandas mais subestimadas do rock português dos 80/90) - ****
Shirley Bassey - The Remix Album - (Remixes de velhas canções com uma voz potente por trás) - ****
Sigur Rós - Takk - (O novo album dos islandeses, com mais do mesmo som que enche os ouvidos) - ***

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segunda-feira, abril 03, 2006

Só falta um bocadinho...

O Estrela da Amadora ganhou ontem à Académica de Coimbra já nos descontos (para compensar a derrota nos descontos da semana passada face ao Paços de Ferreira). Assim, estamos (pelas minhas contas) a uma vitória e a um empate de conseguir a manutenção. 4 pontos em 5 jogos. Eu acho que conseguimos, até porque começo a pensar que os 40 pontos para se estar seguro estão sobre-avaliados. Se a semana que vem ganhassemos no terreno do penúltimo Gil Vicente, seria quase certo que ficávamos na 1a divisão (a famosa Liga Betadine...).
E depois do Gil, vem o Sporting. Será que somos nós a estragar os planos de título ao Sporting? Claro que estou pelo Estrela, mas preferia que o FC Porto também perdesse. Não vou gostar de ver o título lá para cima outra vez.
Tenho pena é que tenha sido a Académica a levar com esta derrota no último segundo, mas antes eles que nós (e eu tenho esperança que os dois clubes evitem a descida). Será que acabamos à frente deles? Por agora...

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