Pronto, acabou-se a "aventura espanhola". Valeu a pena? Bom, falo espanhol muito melhor do que falava há um ano atrás. Está no meu CV num nível tão alto como o inglês. O que é mentira, mas de facto não tenho nenhum problema em fazer-me entender a nuestros hermanos.
Gostei de viver na cidade, embora nos últimos meses estivesse absolutamente farto. Não creio que seja um povo com o qual me dou facilmente. Sou uma pessoa muito mais reservada e com uma personalidade muito menos aberta a contacto e a familiaridades que a maioria deles e por isso não creio que seja o país para eu viver. Pelo menos já experimentei (sempre quis) e já vi que não resulta. Venha o próximo (mesmo que seja novamente Portugal).
Entretanto, ficam aqui alguns prós e contras dos nossos vizinhos...
Coisas que gosto nos espanhois:
Tratam-te por tu na primeira vez que te conhecem (mesmo que seja no metro para te pedir para passar contigo nos torniquetes); servem sempre qualquer coisa para trincar incluída com a cerveja; estão sempre na rua até altas horas da noite; são profissionais e trabalham de forma competente; as miúdas arranjam-se bem (por norma); estão sempre com sondagens e estudos de opinião (que invariavelmente provam que são os melhores em tudo - desde o maior laser do mundo ser espanhol, terem os melhores cozinheiros do mundo, terem a capital com mais oportunidades do mundo - que raio quererá dizer isto? Mas é divertido ler estes estudos, eheheh!).
Coisas que não gosto nos espanhois:
Cuspir para o chão é um desporto nacional; são tão convencidos de que são o melhor povo do mundo que qualquer opinião em contrário é descartada como irracional ou sem sentido; serviço ao cliente é um conceito inexistente; falar uma lingua que não seja a deles (especialmente em Espanha) é algo que nem sequer vale a pena considerar ("en España tu tienes que hablar español" - depois vão a Barcelona e os de lá respondem em catalão e recusam-se a falar castelhano à malta de Madrid); falam alto; têm muitos dos tiques de subdesenvolvimento que nos atingem a nós (não há água da torneira em discotecas, encerramentos de serviços públicos são feitos sem qualquer tipo de antecedência, ainda há uma certa mentalidade mesquinha relativamente a estrangeiros, etc.).
Em jeito de despedida, fica a recomendação: bebam copos no "2 de", vão às compras na Fuencarral, aproveitem a enorme selecção de DVDs (com versão inglesa original como extra) da Fnac de Callao, passem pelo Ocho y Medio, pelo Elástico, pela Sala Sol e pelo Low, vão ao cinema no Yelmo Ideal ou no conjunto de cinemas perto da Plaza de España e da Calle Princesa, vão UMA vez ao Rastro, não percam os museus Raínha Sofia aos sábados e o Prado aos Domingos (é grátis!!!), passeiem desde o Palácio Real, pela Gran Via e pela Calle Alcalá, pelo Paseo de Recoletos e pelo Paseo del Prado, gozem com a bandeira espanhola em Colón, passem um domingo à tarde solarengo no Retiro, não percam a cidra e o que vem com ela no Tigre, jantem em Chueca e comprem sapatos espanhois (são geniais em termos de design).
¡Adiós Madrid!
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