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sábado, novembro 18, 2006

Bailado (!) - Nefés


Pois é, ainda em Madrid cedi à pressão e fui ver um bailado coreografado pela Pina Bausch. Se não sabem quem é a Pina Bausch, também não acho que sou a pessoa mais indicada para explicar. Mas creio que é uma das mais influentes, originais e inovadoras coreógrafas da dança contemporânea.
Lá fui eu com mais uns amigos ver isto ao teatro da Zarzuela no Bairro das Letras em Madrid. Valeu a pena quanto mais não seja pela visita ao edifício.
Bom, não vou perder muito tempo com descrições que provavelmente seriam incorrectas e passo imediatamente à impressão final que obtive do espectáculo. Depois de uma primeira parte em que não percebi nada (o espectáculo chama-se Nefés que quer dizer "respiração" em turco) e em que supostamente viamos uma alegoria à contemporaneidade turca, a única coisa de que me apercebi foi que aquilo começava nuns banhos turcos. Uns belos truques com espuma e depois eles lá dançaram de uma forma moderna...
Veio o intervalo e começa o pior... Pois é. Na segunda parte havia uma mensagem que me parecia clara relativa às diferentes dimensões do relacionamento humano, a difícil conjugação das relações interpessoais e a subjugação da mulher a determinados parâmetros societais que lhe são impostos. Já aqui disse várias vezes que os direitos das mulheres são uma causa que me é cara e ver uma exploração do tema feita de uma forma destas, com qualidade em termos de dança, claro, os bailarinos eram excepcionais, mas de uma forma que à minha sensibilidade me parecia tremendamente (à falta de melhor palavra) "foleira", foi uma tremenda desilusão.
Claro que as minhas espectativas eram muito altas, pois o nome da coreógrafa ressoa instintavamente como paradigma de qualidade e de sofisticação. Mas ao ver uma mensagem transmitada com aquela superficialidade, deu-me vontade de chegar ao pé da autora e dizer-lhe "vê se sais mais, pá!". A ideia que me passou foi de uma certa futilidade.
No geral, valeu a pena, quanto mais não seja porque me permitiu perceber que a dança pode ser um veículo para expressar ideias e para causar reacções (mesmo que negativas) a tipos que não percebem nada do que para ali vai.
Nota final (sim, ouso fazê-lo):**

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1 Comments:

Blogger Andre said...

Bom posting!!
Ousar fazer...

novembro 23, 2006 7:25 da tarde

 

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