Conversa, futebol, cinema, música, viagens, banda desenhada, culinária e as coisas estranhas que acontecem na minha vida.

quinta-feira, outubro 05, 2006

Remember, remember...

...the fifth of... Outubro?
Pois é, hoje é o dia da Implantaçao da República! Pela terceira vez passo-o fora de Portugal, sempre em países monárquicos. Julgo que é nestes que sinto com mais força a importância de sermos uma República e o facto de pelo menos nisto sermos mais evoluídos que estes. Nao é que a República por si mesma equivalente a um maior desenvolvimento. Na Europa, existem nos países mais ricos e desenvolvidos, mas eu justifico isso com dois factores:
1) As monarquias existentes nas actuais repúblicas eram fracas (ver Portugal, Grécia e Itália) ou inexistentes nos países tal como existem hoje (Rep. Checa, Hungria, Ucrânia, Polónia)
2) Factores históricos muito fortes alteraram as condiçoes de tal forma que se tornou impossível uma monarquia (França com a sua revoluçao do final do séc. XVIII e Alemanha e Austria com as guerras mundiais).
O que eu considero é que as actuais monarquias conseguiram ultrapassar um período de desenvolvimento superando os factores de convulsao a eles associados. E por isso apenas algumas o conseguiram.
No entanto, nao tenho dúvidas em afirmar que a República é uma evoluçao positiva relativamente ao arcaísmo da monarquia. E arcaísmo porque se baseia na governaçao através de um direito de sangue. Isto para mim é absolutamente inaceitável e basta ver que nos revoltamos quando alguém é favorecido "por ser daquela família" para ser compreensível que me enoje que algo assim esteja ractificado pela força da lei.
Aqui em Espanha, como de forma mais atenuada em Inglaterra (os dois países onde eu já vivi fora de Portugal), os direitos de sangue, o sustentar de uma família que nao foi sufragada por ninguém, cujo único mérito é ter tido uns antepassados (muito) remotos mais fortes, brutos e implacáveis que a maioria é visto com algum desdém e com um certo distânciamento e reprovaçao. E isso é algo que felizmente nao se passa em Portugal.
Obviamente isto é apenas o tocar ao de leve as minhas razoes para ser Republicano, mas no 5 de Outubro, digo com convicçao:
VIVA A REPÚBLICA PORTUGUESA.

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4 Comments:

Blogger extravaganza said...

VIVA!

outubro 05, 2006 7:48 da tarde

 
Anonymous Anónimo said...

Como processo de legitimação política, nada bate as balas do Buíça... És lampião, nada a fazer, e isso é uma cassete carbonária (o primeiro clube dos funcinários da farmácia Franco).
Já ninguém a festeja: os benificiários desse render da guarda porque já quinaram, os outros porque estão reduzidos há muito reduzidos à telenovela. A propósito, a situação política actual é exactamente análoga ao bipartidarismo dos últimos 50 anos da monarquia, a económica é PIOR. Esqueces que graças a isso houve primeiro 16 anos de tórbidos (e uma participação numa guerra mundial) e depois 48 de autocracias (com 13 de guerras coloniais).
Bem podes limpar as mãozinhas à parede com essa bosta de hino ao sufrágio: A restauração deve ter sido feita pelo Tó-Zé Almeida.
Se o sufrágio histórico não bastar, pensa na evolução do pensamento político clássico: primeiro vieram as repúbicas e depois as monarquias -e se é o factor hereditário, o qual, deverias sabê-lo, não é estritamente inerente- pensa nas monarquias electivas- que te aborrece tanto, aplica-te em prol da abolição das sucessões...

outubro 16, 2006 5:26 da manhã

 
Blogger Hugo Viseu said...

Nao concordo com a situaçao económica ser pior. No final do século XIX já estavamos falidos, mais do que agora. E realmente nunca saberemos o que teria acontecido caso a nossa República tivesse sido uma moda fugaz e tivessemos retomado a monarquia. Apontar o dedo à República como a fonte de todos os males do início do século, para mim é errado. A primeira guerra mundial teria acontecido de qualquer maneira e resta saber de que lado teriamos alinhado nós. E ter um Salazar com um presidente ou com o hipotético filho do D. Manuel II (e eu nao me esqueço que a nossa casa real pura e simplesmente extinguiu-se) no "trono", nao faria muita diferença. E nao, nao reconheço o direito ao eventual trono português a este descendente do D. Miguel.
Quanto a monarquias electivas ou hereditárias, baseio-me no que vejo na maioria dos nossos pares europeus para dizer que o mais comum sao as hereditárias e que nao vejo nenhum motivo para achar que as electivas seriam melhores do que uma República.
Gostava também de saber porque raio é que eu sou lampiao por ser republicano. Por acaso sao todos viscondes para os lados de Alvalade?

outubro 17, 2006 12:07 da tarde

 
Blogger extravaganza said...

Viscondessa, se faz favor :)

outubro 23, 2006 3:33 da manhã

 

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