Conversa, futebol, cinema, música, viagens, banda desenhada, culinária e as coisas estranhas que acontecem na minha vida.

segunda-feira, setembro 25, 2006

Bruno

Desde criança, sempre que perguntado sobre o que quereria ser quando fosse grande, nunca Bruno se enganou: ele queria era ser ladrão, um gatuno a sério, temido quadrilheiro. Tanta convicção deixava os pais de Bruno infelicíssimos. Pobres senhores. Tiveram de o tirar do jardim-infantil, dar explicações coxas a professores e pais de colegas. Um calvário. Que se prolongou pela escola primária, colégios internos e colónia balneares. A vocação de Bruno para o gamanço, mesmo se diferida, não era mais bem compreendida pelos seus e acarretou-lhe sovas das antigas e dissabores continuados. Tinha o miúdo catorze anos quando julgou chegado o momento de dar o golpe da sua vida e esvaziar à noitinha a mercearia do bairro. Em má hora o tentou, pois deu de caras com a mãe a ser seduzida pelo dono da loja atrás do balcão. O mundo ganhou mais um cidadão honesto, honesto e triste como os outros.
In Narrativas, Alface.
O destaque é meu. Alface não escreveu a pensar em mim.
Em homenagem ao meu grande amigo Bruno que me veio visitar por cá por Madrid... Eheheh!

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4 Comments:

Blogger Mr. S said...

Lindo!
O dono da loja é q se safou o Bruno da má vida... :)

setembro 27, 2006 9:42 da manhã

 
Blogger extravaganza said...

AHAHAHAHAHAHAH
Genial!
Afinal de onde vêm estas histórias???

setembro 27, 2006 9:08 da tarde

 
Blogger extravaganza said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

setembro 27, 2006 9:13 da tarde

 
Blogger Hugo Viseu said...

O livro chama-se mesmo "A mais nova profissao do mundo" (ou algo assim, nao o tenho comigo agora) e o autor é um gajo chamado Alface.

setembro 29, 2006 1:43 da tarde

 

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