Conversa, futebol, cinema, música, viagens, banda desenhada, culinária e as coisas estranhas que acontecem na minha vida.

sábado, julho 25, 2009

A música em Julho

Pois é, em Março mudei de casa e os downloads decresceram devido a ter uma catrefada de coisas para fazer.
Assim, saltamos uns meses e eis as minhas primeiras impressões sobre os albuns que descarreguei recentemente:
Art Brut - Art Brut vs. Satan - Já ouvi isto antes. Se calhar isso quer dizer que já terei ouvido um album deles antes, ou pior, que o estilo de música deles é igual (ou parecido) a tantos outros por aí. Mas achei piada a algumas letras. E não são maus, só não são é originais. Se isso é bom ou mau, depende do gosto. Quer dizer, só aquilo que é diferente e original é que é bom? Não creio. But I digress (como é que isto se diz em português? Bolas, síndrome de emigrante ataca)... Nota final:***
Discovery - LP - Falando em originalidade, eis aqui um bom exemplo. É algo que não é muito comum, segue nos passos de muito poucos antes deles, mas... é chato! Tirando um ou duas músicas que gostei genuinamente, as mais animadas, as outras são uma seca. Não é mau, mas... bom... Nota final: *** (só mesmo pela música ou duas de que gostei mais)
Doves - Kingdom of Rust - Seguindo a recomendação do Radar, saquei este. Deixa-me com um mixed feeling. Algumas canções são suficientemente melancólicas para agradar ao meu lado mais "gótico", outras não são suficientemente animadas para agradar ao meu lado mais festivo. Gosto do género, mas não foi top of the pops. Nota final: ***
Eels - Hombre Lobo - Estes tipos já fizeram alguma coisa antes? Gostei. Energético q.b. Tenho de ouvir com mais atenção o que eles dizem, mas à primeira audição pareceu-me algo que vale a pena repetir. Nota final: ****
Madness - The Liberty Of Norton Folgate - Sim, são os mesmos... E são reconhecíveis. Não conhecendo em pormenor os seus trabalhos anteriores, mas apenas dois ou três dos grandes êxitos, posso dizer que o estilo é o mesmo (ou pelo menos o que eu esperaria que fosse). Acaba por ser um disco consistente, que pega no som com que estão mais à vontade e o renova para este século, funcionando de forma independente do que fizeram antes. Nota final: ****
Um à parte. Pelo meio, vi o novo teledisco de Gossip onde a cantora aparece "sexyzada". Lamento, mas gordura pode ter sido formosura aqui há uns tempos, mas obesidade nunca o foi... (a canção no entanto, é engraçada. Será que é desta que deixam de ser uma one hit wonder?)
Manic Street Preachers - Journal for Plague Lovers - um album consistente de Manic Street Preachers, que começa melhor do que acaba, mas que ainda assim merece ser ouvido novamente. Nota final: ***
New York Dolls - Cause I Sez So - Estes são os lendários punk rockers nova-iorquinos do final dos anos 70, certo? Pois se sim, ainda estão em forma, mas o som deles é um pouco áspero demais para o meu gosto. Nota final: ***
Sonic Youth - The Eternal - Ok, por muito que me esforce, esta é uma daquelas bandas que não consigo gostar na quantidade que acho que merecem. Isto revela que sim, que sou preconceituoso no que diz respeito a música. Mas pelo menos sou sincero quanto a isso. Este é mais um exemplo de um album de Sonic Youth que não me entra na cabeça, que não é agradável de ouvir. Lembro-me de gostar de algumas músicas aqui há uns anos, mas no geral, esta banda é demasiado "estranha" para mim. Nota final: **

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quinta-feira, julho 23, 2009

Paleo 2009


Este ano, fui apenas um dia ao festival Paleo, o mais famoso festival de música da cidade onde trabalho, Nyon. O mais famoso porque de facto há mais um ou dois aqui. Até se auto-intitulam "a cidade dos festivais".
Apesar de noutros dias haver Placebo, Moby, Fat Boy Slim, entre muitos outros (o festival dura 6 dias), o dia que mais me agradou tinha no programa duas das minhas bandas favoritas. Mas para além de The Prodigy (já estava na hora de os ver ao vivo) e de Young Gods, ainda pude ver Franz Ferdinand e The Ting Tings. Havia ainda uma banda suiça muito interessante que tive a oportunidade de ver num festival de jazz perto de Lausana chamada Thomas More Project, mas infelizmente era ao mesmo tempo de Franz Ferdinand, pelo que não os pude rever. Se tivessem sido ao mesmo tempo de Young Gods...
Mas... um por um.
Franz Ferdinand teve um concerto morno. Foi crescendo com o tempo, mas como já tive oportunidade de os ver duas vezes antes, posso dizer que foi a vez que estiveram menos em palco. Aquela vez que os vi no Sudoeste em 2004 foi mesmo a melhor. Mas claro, foi muito bom, eles são bons músicos, tenho a impressão que se pudessem ser uma banda famosa (que não eles mesmos) seriam Roxy Music (o que também me agrada) e as músicas do novo album funcionam muito bem ao vivo. Nota especial para a canção com a qual acabaram o show, "Lucid Dreams", onde deixámos de estar num concerto rock e passámos a um show electro. Mas muito bem conseguido.
A seguir foi a vez de Young Gods. "Young Gods play Woodstock". Foi uma coisa toda conceptual e artsy, onde misturado com imagens do referido festival, tocavam alguma coisa parecida com versões de músicas da época e alguns sons mais próximos do seu repertório original. Não me agradou. Talvez seja uma coisa para uma sala fechada e não tanto para um festival. Achei o que vi incompreensível, despropositado... uma porcaria.
Depois seguiram-se The Prodigy. Uma das minhas bandas favoritas de sempre, tiveram um concerto muito bom, onde passaram por todos os seus grandes êxitos ao som dos quais danço desde o século passado. Breathe, Firestarter, Voodoo People, Smack My Bitch Up, Poison, Their Law entre algumas dos dois albuns mais recentes. Talvez o público suiço não seja o ideal para um concerto de Prodigy, mas tirando isso, estiveram muito bem.
Por último, vi The Ting Tings. Uma banda da qual só conheço um album (presumivelmente o único), mas que tem passado muito na rádio daqui. Estavam dois em palco. Um com uma bateria e uma miúda muuuuuuuito sexy por vezes com uma guitarra. Mas... então quem operava os sintetizadores? E aquele baixo? Isso desagradou-me um bocado. Já sei que é engraçado ter só "um casal" em palco, mas não gosto muito de bandas que carregam num botão, vem a música toda e eles podem fazer o que bem entendem. Mas pronto, é uma banda pop que tem canções que funcionam bem ao vivo e que são fáceis de decorar. Vim-me embora quando a cantora se queixava que não sabiam o nome dela e que o trocavam...
Tendo em conta o choque de Montreux (este ano o programa não era muito do meu agrado e por isso não me preocupei e no fim, vendem em SETE MINUTOS uma catrefada de bilhetes para DOIS ESPECTÁCULOS NO MESMO DIA de Prince...), acho que foi o meu único festival do ano, mas valeu a pena. Claro que chegar a casa pelas 3:30 da manhã e trabalhar às 9:00... foi duro.

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terça-feira, julho 21, 2009

Odeio o Windows Vista

Ok, odeio é demasiado forte. Mas não é indiferença. É irritação. É desilusão. É um "não gostar" activo. Estarei sozinho?

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Los Abrazos Rotos (2009)

Após uma grande ausência das salas de cinema, entrei pela primeira vez numa sala desde que vim viver para Lausana. A peculiaridade desta sala de cinema é que vendem cerveja. Porreiro. É impressão minha ou NÃO costumam vender cerveja no cinema? Seja.
Portanto Los Abrazos Rotos. É o novo do Almodóvar. Ver um filme do Almodovar, para mim é como ver um filme do David Cronemberg, do Lars Von Trier ou do Woody Allen. Vou sempre com uma idea pre-concebida do que vou encontrar. Algumas vezes engano-me, quando decidem experimentar algo novo, ou quando o filme é genuinamente cinco estrelas. Mas desta vez, não. Fui ver um filme do Almodóvar, e saí da sala (sem beber cerveja), tendo visto um típico filme do Almodóvar. Madrid, Penélope Cruz (sempre bem-vinda), vidas fora do normal. Desta vez, um elogio ao cinema. Faz bem de vez em quando lembrarmos o resto do mundo de que adoramos a nossa profissão. E acho que foi um pouco disso que o Almodóvar nos dá neste filme.
Mateo Blanco (aka Harry Caine) é um realizador de cinema cego. Um dia, vem a saber que Ernesto Martel, um poderoso empresário (soa meio a telenovela, não soa?) morreu. No mesmo dia, Ray X, um realizador em ascensão contacta-o com o intúito de obter a sua colaboração num filme autobiográfico. Harry rapidamente compreende que Ray X é o filho de Ernesto Martel e relembra a sua própria relação com o empresário recém falecido. E a história envolve Lena (a personagem de Penélope Cruz).
Digamos que não é uma história linda.
No fim das contas, um mau Almodóvar é melhor do que a maioria das coisas que vemos numa sala de cinema. E este nem era mau de todo. Apenas não surpreendeu muito.
Nota final: ***

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