Duas semanas em Lisboa deram para
sete filmes. O que vale é que a Guida gosta tanto de cinema como eu. Só tenho pena de não ter conseguido apanhar nem aí nem aqui "Lust, Caution". "I'm Not There" ainda tenho uma certa esperança de o ver em Lisboa da próxima vez que aí for.
No Country for Old Men (2007)
O filme que ganhou o Óscar para melhor filme realmente tinha-me curioso. Primeiro, por ser o regresso dos irmãos Cohen a uma certa voz no cinema. Diferente dos dois últimos filmes, "Ladikillers" e "Intolerable Cruelty". Mas depois de Barton Fink, Fargo", "The Big Lebowski", "O Brother, Where Art Thou" e "The Man Who Wasn't There" (em portugês, "O Barbeiro"), também têm direito a dar tiros ao lado. Este é um tiro certeiro. Ou vários.
Conta a história de um homem que por acaso encontra uma mala cheia de dinheiro. Dois milhões de dólares. Por um problema de consciência, o tal homem, Llewelyn (Josh Brolin) volta ao local onde encontrou o dinheiro. E aí todos os seus problemas começam.
Anton Chigurn (numa representação de Javier Bardem que lhe garante que tem trabalho em Holliwood quando quiser), quer esse dinheiro e assegura a Llewelyn que o vai apanhar e ficar com o dinheiro.
No final, a moral da história é que os tempos passam e ninguém fica para trás.
Nota final: **** (não gostei do final).
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The Other Boleyn Girl (2008)
As duas meninas são MUITO ok e eu até gosto do Eric Bana. E também gosto de cinema. Mas a este filme falta-lhe um bocado de sal.
Apesar de tudo, daremos (plural majestático) novas hipóteses a Justin Chadwick, o realizador.
O filme conta a história das duas irmãs Bolenas que tiveram a sorte (ou azar) de se cruzarem com Henrique VIII. Maria, a mais nova, é a primeira a dar um filho ao rei, mas como era apenas amante, este é um bastardo. Já Ana, a mais velha, segue-se e acaba por parir aquela que viria a ser a raínha Isabel I.
Como disse, uma boa tentativa, mas faltou qualquer coisa.
Nota final: ***
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Into the Wild (2007)
Isto já deve ter dado na cabeça de toda a gente pelo menos uma vez: "estou farto, vou-me embora para longe daqui". Mas poucos o farão e muito menos o farão para o meio do Alasca, onde não há gente, o tempo é perigosíssimo e o alojamento... não foi previsto. Baseado numa biografia de Christopher McCandless, Into the Wild conta como este depois de ter uma infância bastante complicada, rompe com a família e com o mundo e passeia pela América até decidir estabelecer-se no meio do frio.
Uma bela interpretação de Emile Hirsch (não conhecia), mesmo em termos de disponibilidade física para algumas cenas e uma bom trabalho de realização de Sean Penn.
Nota final: ****
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There will be Blood (2007)
THERE WILL BE BLOOD! Eles avisam antes do filme! O autor de "Boogie Nights", "Magnolia" e "Punch Drunk Love" leva-nos para um universo violento de ganância e petróleo. Assim, o filme conta a história de vida de Daniel Plainview, magistralmente desempenhado por Daniel Day Lewis (ganhou o Óscar, completamente merecido), um mineiro de prata que ganha algum conhecimento na prospecção de petróleo durante o período nascente da indústria de extracção deste mineral. Um dia, um certo Paul Sunday tem uma informação para ele sobre um local onde poderá haver MUITO petróleo...
Um grande filme em qualquer lado, com um clímax inesperado e que talvez pudesse ter sido um pouco mais empolado, mas que não desilude. Sem dúvida um GRANDE filme!
Nota final: *****
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Juno (2007)
E vão dois bons filmes seguidos para Jason Reitman, depois de Thank You for Smoking, um dos meus filmes preferidos de 2005. Juno conta a história de uma gravidez não planeada. Muito divertido, com um elenco muito bem escolhido, diálogos modernos e uma visão bastante cínica e ácida da realidade desta miúda bastante pragmática.
Nota final: ****
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Persepolis (2007)
Baseado na obra auto-biográfica homónima de Marjane Satrapi, conta como ela foi obrigada a sair do seu país natal por duas vezes devido a não ter liberdade suficiente depois da revolução islâmica. Os leitores muçulmanos que me desculpem (julgo não ter nenhum, mas nunca se sabe), mas realmente penso que a grande diferença civilizacional que se nota entre as culturas (mais avançadas, digo eu) baseadas no Cristianismo e no Islão verifica-se mesmo ao nível dos direitos das mulheres).
Li os primeiros capítulos da versão original em banda desenhada e isso fez-me pensar que eventualmente o filme perde um pouco para o livro (como habitual). Mas isso não o faz uma obra menor em termos de cinema e por isso agradou-me bastante.
Nota final: ****
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10 000 BC (2008)
Este é um filme de acção completamente anódino sobre um grupo de caçadores / recolectores que vivem precisamente 10000 anos antes de Cristo. Mas acho que o que eles queriam dizer eram 5000 anos antes de Cristo e aí podiam meter lá o sucedâneo de egípcios que eram os maus da fita.
Ocupou tempo e impediu-me de ver um filme romanticóide do piorio.
Nota final: **