Conversa, futebol, cinema, música, viagens, banda desenhada, culinária e as coisas estranhas que acontecem na minha vida.

terça-feira, maio 09, 2006

Figueres

Paro em Figueres por uma única razão, o museu do Dali. Apesar de não ser grande apreciador de pintura, não porque não goste, mas porque acho que não tenho tempo de me dedicar ao seu estudo e compreensão com o devido interesse que merece, Dali é provavelmente o meu pintor preferido. O surrealismo é um estilo que me agrada e Dali é possivelmente o seu expoente máximo. Saio do comboio e chefo a uma cidade feia. Não há placas, mapas ou qualquer sinal que indique a direcção (a existência sim) que se deve tomar para visitar o ex-libris da cidade. Dirijo-me a um "local" e depois do meu "buenas tardes" responde-me interrogando-me imediatamente: "museu Dali?" Deve ser horrível viver numa cidade que só tem uma coisa, mas sem dúvida melhor do que não ter nenhuma. O museu é no centro da cidade e após a primeira indicação de direcção, as placas finalmente aparecem. O edifício é interessante, mas o interior, depois de começar bem, com um átrio e um salão enorme, continua com uma amálgama de obras do artista que quase parecem encavalitadas, apenas com o título e a data da obra (o que não acontecia com todas). Curiosamente, e em paralelo com o que se passava com o museu Picasso, não haviam grandes obras do artista, o que pode ser revelador de alguma incapacidade dos museus espanhois em "segurarem" as melhores partes do espólio dos seus mais famosos artistas praticamente contemporâneos.
Saí da cidade menos de duas horas depois de ter chegado e ainda tive tempo para comer. É portanto possível, já sabem.

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