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quarta-feira, agosto 02, 2006

Um franco, 14 pesetas


Fui ver ontem este filme espanhol sobre um par de emigrantes espanhois na Suiça durante os anos 60 do século passado. É uma história realista (e baseada em factos reais) sobre dois madrilenhos que confrontados com o desemprego na sua cidade, vao trabalhar para uma pequena cidade na parte da Suiça onde se fala alemao. As dificuldades de comunicaçao, a própria "selvajaria" que marcava o seu comportamento (as diferenças entre a Suiça e a Espanha de entao era muito maiores), revelado por pequenos detalhes como atirar papeis para o chao, nao saber o que era papel higiénico ou o que era um edredon (ok, nao faço ideia como isto se escreve), sao todos factores que prejudicam a sua integraçao. Aos poucos os espanhois lá conseguem superar os problemas que se lhes aparecem e vao-se integrando nas comunidades, especialmente depois das suas familias irem ter com eles.
No final, há o regresso e a prova que este pode ser um duplo exílio, pois a casa já nao é como era, agora que se conhece mais do que estamos habituados. A forma como a família que regressa tem problemas com a sua reintegraçao é disso prova. Creio no entanto que este filme é mais sobre imigraçao do que sobre emigraçao e foi feito com o pretexto de alertar de alguma forma a sociedade espanhola, cada vez mais um país de imigraçao (16% da populaçao de Madrid nao é espanhola) para que as coisas há bem pouco tempo eram ao contrário e que apesar dos mal entendidos, da menor formaçao, da falta de hábito face aos costumes locais, somos todos seres humanos a tentar procurar um futuro melhor num local que nos dê mais possibilidades. Poderia ser útil a sua exibiçao também em Portugal.
Gostei do filme e da sua mensagem, apesar de nao ser nenhuma obra prima da cinematografia. Nota final: ***

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