Conversa, futebol, cinema, música, viagens, banda desenhada, culinária e as coisas estranhas que acontecem na minha vida.

sábado, julho 16, 2005

Rammstein!

Fui aos arredores de Birmingham, à NEC Arena, ver Rammstein! Já estava planeado há muito tempo. Fui com a Catherine e o seu amigo Dave. Apanhámos o comboio em Brighton para St. Alban, uma cidadezinha no Noroeste de Londres, onde o Dave nos apanhou. Fomos então pela M1 para Birmingham. Como tinhamos tempo, fizemos uma paragem em Warwick para comer. Ainda consegui vislumbrar o castelo, mas não entrámos, porque para além de não termos muito tempo, 15 libras ainda é dinheiro! Dirigimo-nos depois para Birmingham, onde nos esperava o concerto!
A maior parte da assistência, como não podia deixar de ser, usava preto, com uma percentagem muito significativa com t-shirts da banda. Lá dentro, aparentava ser uma espécie de Pavilhão Atlântico mais feio. Algumas pessoas estavam sentadas ao mesmo nível que nós, que estavamos de pé mais perto do palco. Como é que essas pessoas viam o concerto, não sei. Os senhores chegam quase uma hora atrasados, mas quando finalmente começam, é a valer! Uma música ambiente de acordo com as expectativas da plateia começa a tocar e por trás da cortina, as sombras dos músicos aparecem imóveis. A cortina cai com um jorro de luz e 5 músicos vestidos de diversas formas, desde o tirolês-urbano-descontraído até ao Duque-da-Saxónia-pós-moderno, passando pelo soldado-vencido-oleoso (este a tocar o seu acordeão positrónico-apocalíptico) tocam no topo de um palco muito alto. A música continua, com a plateia impaciente bastante satisfeita, mas ainda à espera de uma voz. Abaixo da plataforma/palco onde tocam os 5 instrumentistas, industrial, electrónica, iluminada e fria, abre-se uma porta, brevemente reminescente de uma vagina metálica. Sai o vocalista, enorme como ele é, um ar alucinado, mas forte.
Não conheço muitas canções. Não sou um fã hard-core. Muito menos sei o nome delas, pelo que me seria inútil tentar replicar o alinhamento. Sei que a maior parte delas é do novo album. A primeira música sei que foi a que dá o nome ao novo album, "Reise, reise". A partir de aqui, um enorme show pirotécnico tem lugar! A primeira indicação disso dá-se quando após uma das várias vezes em que os músicos entram pela porta de onde inicialmente o vocalista saiu, três deles, munidos de um equipamento bastante sofisticado, mas cuja tecnologia já é dominada há muito tempo, cospem fogo. Tradução, os três músicos têm lança-chamas em frente às suas bocas e vomitam chamas de pelo menos uns 2 metros!!! Excelente! As explosões passam a ser mais frequentes e o carácter teatral do espectáculo atinge, quanto a mim o seu ponto alto numa música dedicada, segundo a Catherine, à história real de um sujeito que comeu um outro após ter tido uma resposta deste segundo a um anúncio seu na internet em que anunciava a sua intenção de comer alguém. Aqui, o vocalista arrasta um enorme caldeirão para dentro do palco. Lá dentro, o teclista surge, primeiro a medo, depois mais frequentemente, até porque depois tem de começar a tocar no seu teclado que está montado no caldeirão. A música prossegue e lentamente vou-me apercebendo de pormenores como o microfone ser um enorme facalhão e o climax surge quando, voltando para o palco, o vocalista traz o que parece ser uma metralhadora. Não é... É sim, um enorme lança-chamas com que absolutamente cozinha o caldeirão, por diversas vezes, COM O TECLISTA LÁ DENTRO!!!!! Nos intervalos em que não está a incinerar o caldeirão, o teclista põe a cabeça de fora, a provar-nos que ainda lá está (e para tocar)... Tudo acaba com o teclista a fugir do caldeirão, braços e pernas a explodir (sim, fogo de artifício nos braços), e o vocalista a perseguí-lo em palco!
Outras "acrobacias" deste tipo envolvem baguetes do baterista que explodem, microfones em chamas, arcos pirotécnicos, guitarristas com os braços em chamas e mais duas coisas dignas de nota... Numa, acho que todo a plateia pensou que ia morrer, porque o senhor tem uma daquelas armas enormes e aponta-a para o palco. Acho que muitos deram áquilo a importância do nulificador total ou algo assim. Ele de facto aponta e dispara para a plateia, mas o foguete não sai da arma, mas sim do alto do palco e segue uma trajectória segura, alguns metros acima das nossas cabeças. A última coisa que quero falar é o banho de faúlhas a que o vocalista se submeteu durante uns 20 segundos... Por muito inofensivas que sejam, na quantidade que foi, certamente não terá sido a experiência mais agradável.
Tivemos direito a dois encores, as músicas que eu realmente gosto passaram todas com excepção de uma ou duas mais desconhecidas e tudo terminou na cover de Depeche Mode, "Strip", no meu caso, quase a indicar que o próximo concerto para o qual já tenho bilhete é precisamente o destes senhores. Valeu MUITO a pena ter ido ver este concerto. E tudo isto serve para explicar porque é que estes não tocam em festivais de verão...

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2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

fixe. baguetes, LOL. os homens levaram pão francês para o palco ou referes-te a baquetas?

julho 18, 2005 12:02 da tarde

 
Blogger Hugo Viseu said...

Ops! Refiro-me a baquetas! Linguagem técnica músical não é o meu forte! Se bem que o pão francês se calhar não ficava mal com o teclista cozinhado... Obrigado pela correcção!

julho 18, 2005 1:47 da tarde

 

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