Conversa, futebol, cinema, música, viagens, banda desenhada, culinária e as coisas estranhas que acontecem na minha vida.

domingo, novembro 09, 2008

O cinema em atraso

Sim, tenho andado afastado. Aqui ficam as actualizações do cinema que tenho visto desde... Agosto!

Hellboy II - The Golden Army (2008)
O segundo Hellboy é excelente, mais uma vez, em termos visuais. A história é envolvente e funciona perfeitamente como filme separado do seu precedente. Oxalá haja um terceiro, pois filmes de fantasia com esta qualidade são difíceis de encontrar.
É curioso verificar que a minha impressão da personagem nos comics é positiva, enquanto aqui, Hellboy passa como sendo um tipo arrogante, irritante e egoísta. Mas é ele que resolve as situações, apesar de ser interessante o papel do resto da BPRD.
A realização de Guillermo del Toro é eficiente, mas o que distingue este filme de outros filmes de fantasia é a qualidade dos efeitos especiais, da caracterização, do guarda-roupa e da cenografia.
Quanto à história, é bastante básica. Um principe do sub-mundo mitológico quer quebrar as tréguas feitas com os homens e consequentemente o domínio do Homem sobre o planeta. E para tal, conta com um exército dourado que está adormecido em parte incerta...
Nota final: ****
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Get Smart (2008)
Obrigado Roger Mussenden! Quem? O responsável pelo casting do filme. Steve Carell e Anne Hathaway (acho que é a minha atriz preferida se contarmos apenas a "boniteza", desde há uns tempos atrás) são PERFEITOS como Maxwell Smart e Agent 99.
Neste filme, Maxwell Smart não é o idiota sortudo da série, mas não deixa de ser divertidíssimo e às vezes, algo desastrado. Já 99 é um prodígio de eficiência.
O argumento... bom, é o clássico. Há um agente do KAOS infiltrado no CONTROL. E o resultado é que a identidade de todos os agentes do CONTROL foi revelada. Apenas a Agente 99 (que recentemente se submeteu a uma operação plástica) e o recém promovido Agente 86 (Max), podem agora enfrentar a ameaça do KAOS.
O filme não tem pontos mortos, é divertido de uma ponta à outra e os desempenhos dos actores são perfeitos, demonstrando que Carell é, provavelmente, o melhor actor cómico do momento e que Hathaway se adapta de forma excelente a estes papeis cómicos.
Um filme óptimo tanto para os sábados à tarde como para o cinema.
Nota final: ****
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Vicky Christina Barcelona (2008)
O novo filme de Woody Allen é bom. E é uma lufada de ar fresco. Realmente, sair de Nova Iorque só lhe fez bem e aquilo que pareciam ser filmes que já tinhamos visto dezenas de vezes antes (em filmes dele), agora já não se vêem tanto.
Sim, reconhece-se Woody Allen pelos eternos dilemas amorosos, a exploração de "soluções" sexuais diferentes (para ele o sexo É um problema), pelas suas personagens vincadas e decididas (embora nem sempre fortes - como ele, imagino), pelo seu amor pelas cidades que decide retratar. Barcelona é mais uma personagem nesta trama que conta a história de duas amigas americanas (Vicky e Christina) que passam pela cidade e cujas vidas se envolvem com as de Juan António e da sua (ex?) mulher, Maria Elena.
Sendo uma personagem secundária, Maria Elena é a força do filme. Penélope Cruz em espanhol, linda como sempre, mete a um canto as personagens principais (Scarlett Johansson, anyone?) e nem o Javier Bardem conseguem acompanhar a energia que Maria Elena exala desde o primeiro momento em que aparece até ao final do filme.
Resumindo, Woody Allen no seu melhor, com uma história divertidíssima, e com uma energia que não se encontrava num filme seu desde... hum... desde que filmou em Barcelona? Não sei bem.
Nota final: ****
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Before the Devil Knows You're Dead (2007)
Pois bem, era suposto ser segredo, mas aqui fica. Este filme começava na sala 4, ao mesmo tempo que Blindness, na sala 5 Eu e a minha companhia comprámos as pipocas, os nachos, os chocolates e as bebidas, demoramos cerca de 4 ou 5 minutos a sentar-nos e a instalar-nos (sala cheia) e quando acabam os anúncios e os traillers, descobrimos que... não iamos ver Blindness como planeado. Ou seja, enganámos-nos na sala. Considerando o tempo que tinhamos levado a instalar-nos, a quantidade de comida que tinhamos conosco e que o filme na sala ao lado tinha começado também às 21h15... ficámos para ver este.
(mais um) Belo desempenho de Philip Seymour Hoffman e também de Ethan Hawke numa história que começa bem... mas que se vai diluindo lentamente até ao desconcerto e desconexão finais.
Basicamente, Andy e Hank são dois irmãos com problemas de dinheiro. Decidem roubar a joalharia... dos pais. Poderia ser tudo fácil e ninguém se ia aleijar... mas não foi assim que o destino quis e a mãe acaba por ser mortalmente ferida na consequência do plano fracassado.
Sinceramente, não gostei muito, achei que a ideia original não foi concretizada e o realizador, o veterano Sidney Lumet, perdeu-se no meio, improvisando soluções que nada tinham a ver com o ritmo inicial, bastante bem conseguido.
Nota final: ***
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Blindness (2008)
À segunda tentativa foi de vez.
Baseado no romance de José Saramago, "Ensaio sobre a Cegueira", o filme conta a história de uma epidemia de cegueira. Não uma cegueira normal, mas uma cegueira branca, "como se nadássemos num mar de leite".
O governo manda colocar em quarentena os primeiros contaminados e a primeira parte do filme é precisamente com os estes dentro do asilo onde foram colocados. Mas as coisas nem dentro do asilo, nem fora correm como esperado.
No meio de todo o caos que se segue, apenas uma mulher mantém a visão. E o que o filme conta é o que ela vê e até que nível poderia o ser humano descer quando privado no seu conjunto, de algo como a visão.
Eu li o livro. É melhor do que o filme, como na sua maioria. Mas neste caso, apesar de não ser um mau filme, perde o seu impacto como livro e como mensagem. E não gostei do casting, tirando a actriz principal, Julianne Moore, que é perfeita para o papel.
Nota final: ***


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Tropic Thunder (2008)
O melhor actor de acção, o melhor actor cómico, o melhor actor dramático e um hip-hopper misógeno (lamento a redundância) estão a filmar "o melhor filme de guerra de sempre". Mas está a ser um desastre. O realizador não controla os actores, estes envolvem-se em conflitos entre eles, o orçamento está a ser rebentado, o produtor está pelos cabelos.
Eis então que o argumentista, veterano de guerra, cuja história está a ser filmada, resolve intervir, propondo dar uma dose de realidade à história e enviando os actores para o meio da selva sem nenhums recursos.
O pior é que a selva não está vazia e os actores vêem-se no meio de um "filme" que não era bem o que estavam a pensar.
É um filme divertido, cheio de momentos excelentes, mas que talvez seja demasiado previsível. É uma realização de Ben Stiller que nos habituou mais às suas comédias como actor do que como realizador. Mas não falha.
Nota final: ***
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Tony Manero (2008)
Raúl Peralta é um bailarino no Chile em 1978. Está obcecado com a ideia de participar num concurso de televisão para imitadores de celebridades. No seu caso, Tony Manero, a personagem de John Travolta em "Saturday Night Fever".
Raúl vive esporadicamente num "clube" onde dança juntamente com mais três pessoas que giram à sua volta (duas das quais mãe e filha). Ele é claramente o Macho-Alfa da trupe e do clube.
Mas rapidamente se percebe que Raúl fará tudo para concretizar a sua vontade. E quando digo tudo, quero dizer... tudo.
Um filme que aborda as condições de vida no Chile da ditadura Pinochet e a vontade de um homem em concretizar o seu sonho (por mais mesquinho que seja e seja por que meios forem).
Bem filmado, brutal e directo, acabou por não ser aquilo que esperava e o final deixa um pouco a desejar.
Nota final: ***
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Malta con Huevo (2007)
Filme chileno que conta a história de Vladimir e Jorge, dois colegas de escola que decidem viver juntos por diferentes razões e da sua obsessão por malta com ovo (bebida considerada altamente nutritiva, usada pelos camponeses chilenos).
Vladimir começa, contudo, a perder a noção do tempo e, segundo ele, a viajar no tempo, acordando à frente e atrás no calendário, sem nenhum controlo.
E o que teria acontecido para marcar a sua relação com Rocío e Fedora (que personagem excelente) daquela maneira? E com o dono do bar?
E quais as verdadeiras razões que levaram Jorge a partilhar a casa com Vladimir?
E qual o segredo da malta com ovo?
No final, é um filme "fantástico", com um argumento interessante, embora em determinados momentos soe a amador e repetitivo. Mas sem dúvida um filme interessante e dada a escassez de meios com que obviamente foi, com uma qualidade de assinalar.
Nota Final: ***

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4 Comments:

Blogger Gonçalo Azevedo said...

Mano,

Glad to see you back.
Desses filmes só vi o Hellboy II, e eu e a Silvia fartámo-nos de rir de tão mau que foi. Se tivesse sido uma comédia, teria sido uma boa comédia, mas como filme 'sério'... que mau. A história é absurda, o Perlman NÃO é o Hellboy dos Comics, e o argumento... como é que um gajo que nos deu aquela maravilha que foi o Pan's Labyrinth escreveu algo tão mau?
Yeesh...
Visualmente é muito fixe, sim, mas de resto falha quase tudo.
Ah, sabias que o mauzão da fita, o elfo gótico, tb entrou no Blade II? Era o vampiro mutante, Jared Nomak.
Sabes como é que ele se chama? Luke Goss.
O nome diz-te alguma coisa? Ele cantou numa banda no fim dos anos 80, principio dos anos 90... ele e o irmão gémeo, Matt Goss.
A banda chamava-se Bros. ...
Ah pois é!

Um abraço grande!

G.

[sempre vens cá dia 20?]

novembro 09, 2008 6:09 da tarde

 
Blogger Hugo Viseu said...

Ya, de facto a coisa não foi assim tão boa. Estava muito indeciso entre o 3 alto ou o 4 baixo. Como os outros têm notas baixinhas, acabei por dar 4. Valem os efeitos e a cenografia.
E caramba, eu sei que agora são mais corriqueiros, mas é um filme de comics! E nem sequer de um mainstream. Não deviamos desdenhar tão depressa, já que durante ANOS (ou décadas) andámos à míngua para ter um ou outro!
O gajo era um Bros????? ARGH!!!!!
Vou aí no dia 20! Tenho o fds a ficar cheio. Temos de falar. Não sei se tens sistema de folgas ou como é que a coisa funciona, mas queria guardar tempo especialmente para ti.
Abraço!

novembro 10, 2008 4:13 da tarde

 
Blogger Gonçalo Azevedo said...

Mano, eu vou tar o fds de folga, pelo que podemos combinar qq coisa nesses dias, no worries.

[isso de quereres guardar tempo especialmente para mim soa tão gay, querida...:P]

Eu, geek como sou, continuo a delirar com todos os filmes de comics que vejo, mas olha que ultimamente, a qualidade tem deixado muito a desejar... por muito bonitos que sejam a nivel visual, são de uma qualidade inenarravel a nivel de história. Mas pronto, vem aí o Spirit do Miller, o Watchmen, o novo Punisher (parece que á terceira acertaram, e fizeram um Punisher como deve ser), o Wolverine, e depois em 2010 mamamos com o Thor do Kenneth Branagh e o Iron Man 2. Um pouquinho mais á frente, em 2011, ainda vamos ter Captain Amnerica, e dois meses depois, Avengers!

[por falar nisso, sabes que filme é que finalmente arranjei? Justice League of America! Tentei ver os pimeiros dez minutos, e sim, aquilo é tão mau como pensávamos...]

Abraço!

novembro 11, 2008 9:35 da manhã

 
Blogger Hugo Viseu said...

Nããããããooo?!?!?!?
JUSTICE LEAGUE OF AMERICA! ME WANTS IT!!!!
(e sim, claro que estou ansioso pelos filmes que disseste, mas por exemplo, eu gostei bastante do Iron Man. Funcionava perfeitamente como filme de acção para alguém que não conhecesse o comic. E acho quq isso também conta)

novembro 11, 2008 12:47 da tarde

 

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